Toprak Razgatlioglu havia avisado e cumpriu. O campeão mundial conseguiu uma boa afinação para a sua BMW M1000RR e a predileção pelo traçado algarvio fez o resto, foi o mais rápido na sexta e na manhã de sábado. Tudo menos inesperado!

- Texto: Fernando Pedrinho
- Fotos: WorldSBK
O piloto da RokIt BMW Motorrad não escondia a sua satisfação face ao alcançado nos testes de inverno nesta mesma pista, mas com temperaturas mais baixas, logo com mais aderência e com maior facilidade em fazer girar a moto. Na segunda sessão de sexta feira, Toprak rodou dez voltas com o pneu traseiro de desenvolvimento da versão macia (SC0). Designado por E0125, mantém o mesmo composto do SC0, embora com uma carcaça diferente que procura oferecer maior estabilidade e durabilidade durante a duração da corrida.
“Gostei do novo pneu, o problema é que agora tenho de alterar a afinação da moto”, disse. “O SC0 transmite sensações diferentes. Por por outro lado, como está mais quente, a moto mudou um pouco e tive de alterar o efeito de travão-motor, mas tudo dentro da normalidade”. A primeira sessão acabou mais cedo para o natural de Alanya devido a um problema eletrónico na sua BMW, ligado com o acelerador sem cabo.
“Aqui podemos bater-nos com as Ducati”
Queixando-se de o mundial de Superbike se ter tornado num ‘troféu Ducati’, Toprak Razgatlioglu reconhece que “aqui podemos bater-nos com as Ducati”. Revelando que necessitava de alterar algumas coisas na moto para a sessão livre de sábado, a FP3, Toprak voltou a ser o mais rápido, confirmando a sua proverbial rapidez em Portimão e expectativas de sucesso ao longo do fim-de-semana.
Os pontos a melhorar voltaram a estar relacionados com o efeito de travão-motor. “Ainda alargo demasiado algumas trajetórias, pois o motor não me ajuda a parar a moto. Tivémos pouco tempo para dedicar à afinação da moto, já que não andei na FP1 e na segunda sessão andei a testar pneus. Mas a moto está rápida e só não sei com que piloto vou ter de me bater pelo lugar mais alto do pódio”.

Bulega de novo?
Nicolò Bulega poderá ser o maior adversário do turco no caminho para a revalidação do ceptro mundial. Sem claramente um mano-a-mano constante ao longo da época passada, a exceção acabou por ser a superpole do Estoril, a penúltima corrida da temporada. “Sim, mas aí ele utilizou um SCQ [pneu de qualificação] e eu saí com um SC0 [pneu macio]. Isso surpreendeu- me porque o SCQ costuma perder rendimento ao fim de sete voltas, algo que não aconteceu dessa vez.
Quem sabe se desta vez não será diferente. O que te sei dizer é que esperando-se condições de maior temperatura, aí a Ducati funciona muito bem, como se viu nos últimos anos. Mas só espero que haja muitas marcas a lutar pela vitória, ao longo do campeonato, para dar mais ação a todos os que nos seguem”. Uma luta que já começou e promete aumentar de intensidade ao longo do ano.

Em Portimão de Africa Twin
No fim-de-semana de corrida, a Honda CRF1100L Africa Twin DCT tem sido uma companheira incansável nas ligações diárias entre o AIA e Albufeira. As malas laterais permitem acomodar
sem dificuldade todo o material de trabalho e vestimenta e a facilidade de deslocação é evidente em
qualquer tipo de traçado e piso. A moto em si dispensa apresentações e confirma o valor seguro que se tornou este modelo, não obstante de ainda necessitar de alguns aperfeiçoamentos, como o emparelhamento do telemóvel, a ergonomia dos comandos e utilização das muitas funções (o bloco de comandos no punho esquerdo está demasiado ´povoado´) e a necessidade de retro-iluminação dos mesmos.
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