Scott Redding em ‘modo zen’ ainda aspira a vencer o Mundial

  • Texto: Fernando Pedrinho
  • Fotos: Aruba.it Ducati, Fernando Pedrinho

“Nunca é fácil vencer, mas senti-me bem e confortável”, resumiu desta forma Scott Redding àquela que constitui a 290ª vitória de um piloto britânico no Mundial de Superbike e a quarta presença consecutiva de Redding no pódio. “Eu sabia que podia vencer nestas condições tão quentes depois de ganhar no brazeiro de Jerez de la Frontera no ano passado. E isto era importante para mim, porque no passado tive situações em que ‘apaguei’ com o calor e tive de recolher à boxe”, comentou o piloto que parece ter reconquistado a aura de vencedor.

“A moto abanava e escorregava, mas de uma forma que me deixava confortável. Depois de ter batido o Jonathan Rea no arranque cheguei à primeira curva com um sorriso de orelha a orelha”. Controlando sempre a corrida, de forma descontraída e muito fluida, “pois não vais querer lutar com a moto nestas condições”.

O sucesso para andar rápido numa pista quente e escorregadia é “sentir a moto, pois isso permite-te ser consistente”. Bem diferente do sucesso alcançado em Most, “onde andei todo o tempo a ranger os dentes. Aqui tinha sempre alguma vantagem e em certa altura fiquei intrigado por não me estarem a alcançar”.

A sua estatura física poderá ter representado um vantagem na pista infestada de ressaltos e bossas, onde a Ducati registou a sua 46ª pista em que venceu, das 51 que fizeram parte do mundial? “Não sei, a Ducati nunca foi um exemplo de agilidade e este é um dos pontos mais fracos da Panigale V4R. Por isso, as bossas resultam muito agressivas para a nossa moto. A diferença está na forma como se abordam as irregularidades, porque elas são uma m*** para todos os pilotos. Estar na frente com alguma vantagem, aliviou-me de uma pressão desnecessária e pude gerir da melhor forma a passagem pelos pontos críticos do traçado e pilotar de forma fluída. Era bom que fosse sempre assim”.

“A Panigale V4R não é a moto mais ágil da grelha”, confirmou Scott Redding.

A notícia da semana sobre a sua passagem para a BMW em 2022 não influenciou em nada a motivação de Redding. “A moto e a equipa funcionaram muito bem e depois da notícia foi a melhor demonstração de que estou de alma e coração com a Ducati. Eu quero ganhar o mundial para a marca este ano! É apenas o que quero! Eles dão o melhor de si e eu dou o melhor de mim. Ainda podemos ganhar e isso deixa-me feliz”.

Mas terá sido o piloto a fazer a diferença, num circuito que não o pareceu afetar, ou a Panigale V4R sofreu melhorias a partir de Assen? “A moto é exatamente a mesma com que corri em Donington Park!”, respondeu de forma lacónica. “Em Most reconheci o circuito com a Panigale V4S de estrada, durante meio dia. Senti-me bem com isso, mas a grande diferença está na minha mudança de atitude. Tento não ficar estressado e tomo as coisas como elas são. Normalmente tens uma rotina bem precisa, em que tens de fazer isto e aquilo. Mas agora posso tirar uma sesta antes da corrida, ou ouvir música. Estou a tentar divertir-me com o que a vida dá e tirar a pressão de cima dos ombros. É que por vezes focas de tal maneira as coisas que qualquer pequeno desvio parece enorme, quando na realidade não é. É essa a razão pela qual às vezes deixo a moto e tento ser eu mesmo. Aqui sabia que tinha ritmo e por isso na segunda qualificação andei em pista até ficar sem gasolina”.

O Mundial ainda é possível de alcançar para a Ducati, antes de Redding rumar à BMW?

Então qual a explicação para este ‘novo’ Scott Redding? “A moto ainda tem uma boa margem de progressão e a razão porque não introduzimos alterações prende-se com o facto de eu ter entendido como pilotá-la. Tentei alcançar demasiadas coisas e dei por mim a andar para trás. Estou contente com o que atingimos e com o ‘feeling’ que tenho com a moto. Como disse em Most, podia vir para Navarra e ganhar ou acabar em quinto. Em Magny Cours vai ser igual: posso ganhar ou acabar em quinto. O que te posso garantir é que vou dar tudo para ganhar”.

Com a distância para o líder reduzida para 45 pontos, a meio do campeonato está tudo ainda em aberto? “Os pontos dão prémios e a consistência é rainha. Eu sei bem que o Jonathan é um piloto super-consistente. Mas, se ganhar o campeonato será fantástico; senão, pelo menos tentamos. Não me vou martirizar com isso e quero divertir-me o mais que puder, naquilo que parece ser a atitude a tomar num campeonato de trezentos e muitos pontos. A chave é ficar à frente da concorrência sempre que for possível, colocar pressão neles e desfrutar o momento.

O futuro não preocupa, será o que for. Vou continuar a ganhar e a perder e não posso mudar isso. É essa a mentalidade que adquiri e me deixa muito descontraído. Havia momentos em que chegava à boxe dois minutos antes e não via o os deslizadores ou o capacete e entrava em parafuso. Agora estou de volta ao estilo do BSB: não pensar demasiado na corrida!”

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