Michael Ruben Rinaldi. ‘Carta fora do baralho’ no Mundial de Superbike?

Fevereiro 6, 2023

Andou sempre entre os mais rápidos dos testes de pré-temporada já realizados, em Jerez de la Frontera e Portimão. Está a adaptar-se muito bem à renovada Panigale V4R e transpira confiança e tranquilidade. Será Michael Ruben Rinaldi a carta fora do baralho da edição deste ano do WSBK? O trio fantástico dará, finalmente, lugar a…

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Andou sempre entre os mais rápidos dos testes de pré-temporada já realizados, em Jerez de la Frontera e Portimão. Está a adaptar-se muito bem à renovada Panigale V4R e transpira confiança e tranquilidade. Será Michael Ruben Rinaldi a carta fora do baralho da edição deste ano do WSBK? O trio fantástico dará, finalmente, lugar a um quarteto como o da Marvel?

  • Texto: Fernando Pedrinho
  • Fotos: WorldSBK, Aruba.it Ducati, Fernando Pedrinho
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Desde a sensacional vitória no Motorland de Aragão, ainda com Panigale V4R privada da GoEleven, à substituição de Chaz Davies na equipa oficial da Aruba.it Ducati Racing, que Michael Ruben Rinaldi tem alternado entre o muito bom e o desapontante.

O italiano venceu mesmo em Barcelona, já com as cores oficiais, mas esperava-se algo mais na condição de piloto de fábrica. E a Ducati também, pois a sua estatura é muito semelhante à do foguete de Talavera – o campeão mundial Álvaro Bautista – pelo que a expetativa da equipa de Borgo Panigale era que pudesse ajudar a acelerar o desenvolvimento da moto que entra no seu quarto ano de competição, com uma nova versão.

A Ducati segurou-o no fim da época passada, em favor de outra estrela em ascensão, Axel Bassani, crente de que ainda tem ‘fichas’ para apostar no piloto de Rimini. O Michael Ruben Rinaldi que encontrámos está incrivelmente confiante que este ano dará a volta por cima.

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À vontade com a renovada Panigale V4R

Em Portimão foi mesmo o mais rápido do primeiro dia e, no seguinte, rodou no segundo 39 e abaixo do recorde da pista. Será a diferente entregue de potência do V4 a responsável por tamanha prestação? “Não, não é pelo novo motor”, disse com um largo sorriso. “Senti-me logo nas primeiras voltas muito à vontade com a moto, como já havia sucedido em Jerez de la Frontera. Estou a tentar pilotar de uma forma em que me sinta confortável e sem estar pressionado para fazer logo um tempo rápido. Este saiu facilmente, logo de manhã, pois à tarde tive de testar os pneus protótipo, da família SCX, que a Pirelli trouxe para os testes”.

MRR4 - MotoX
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Mais rápido com o pneu de corrida

Tal como sucedeu com outros pilotos, o pneu de corrida mostrou ser a aposta certa para quem quis bater o cronómetro com o asfalto relativamente frio. “A moto funcionou muito melhor com o 800 traseiro [que é um SC0] com o qual fiz 1’39”8, mas depois montei o X40.0 [pneu mais macio da família SCX] e tive de lutar para chegar a 1’39’’9. Voltei ao pneu anterior e baixei para 1’39’’6 o que é um excelente tempo”, disse. No dia seguinte conseguiria tirar mais meio segundo, para fechar o dia em 1’39’’1 e abaixo do recorde da pista de Jonathan Rea.

“Foi a primeira vez que rodei no segundo 39 em Portimão. Tenho de me concentrar no ‘time attack’, pois lembra-te que no ano passado onde me debati sempre com mais dificuldades foi precisamente na qualificação”, fez questão de recordar o transalpino.

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Mas houve muita gente a rodar rápido e a mostrar querer intrometer-se no trio maravilha que tem vindo a dominar a série nos últimos anos… “A paragem de inverno deste ano foi muito curta”, explicou Michael. “Ninguém parou de trabalhar e assim é fácil melhorar, com ajuda de algum componente novo. Além disso, chegaram mais pilotos vindos da MotoGP que vão fazer subir o nível ainda mais”.

Michael Ruben irradiava felicidade, mas rapidamente fez questão de colocar os pés sobre a terra. “É apenas um teste, contudo! Nunca iniciámos uma época tão bem como esta. É sempre bom entrar com o pé direito. Mas nunca podes descansar…”

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Panigale nasceu muito bem

Voltando à questão inicial, até que ponto a nova Panigale V4R está a ajudar Michael a atingir este nível de prestações? Ele tem vindo a referir que apesar de ter sido homologada como um novo modelo, a moto não é revolucionária, mas antes uma evolução da primeira versão. “Como te disse, fui eu que mudei! Alterei a forma de pilotar a moto e de como encaro uma sessão de treinos como esta. Não coloco demasiada pressão sobre mim e tento entender melhor as reações da moto. Esta Panigale V4R é, de fato, uma evolução, como te tinha dito antes, algo que o Álvaro [Bautista] pode confirmar.

O motor é mais linear na entrega de potência e quase sempre não necessário uma ‘coisa louca’ debaixo de ti, mas antes um motor mais suave. De contrário, com o pneu de qualificação notas que a moto abana por todos os lados e o tempo acaba por não sair. Podes ter muitos cavalos, mas se não os consegues passar ao asfalto não te servem para nada”.

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A Panigale V4S utilizada por Jorge Martin que rodou sem complexos no meio das motos do Mundial de Superbike.

E a referência acabou por vir das estrelas de MotoGP que estiveram em pista uns dias antes [os pupilos de Valentino Rossi com ‘Pecco’ Bagnaia à cabeça] ou do próprio Jorge Martin, com a Panigale V4S equipada com pneus ‘slick’ Michelin de resistência. “Vê o que eles fizeram com a versão de estrada, rodando em 1’43”, disse. Na verdade, Martin conseguiu mesmo 1’42’’5, que o deixou colado nos escapes das Superbike de Scott Redding e Axel Bassani, demonstrando a ‘selvajaria’ de andamento a que sujeitou a V4S. “Com um motor de uma moto que podes comprar num stand, o que significa que a moto nasceu bem e a Ducati fez um trabalho notável com a família Panigale”.

E para gáudio da multidão crescente de aficionados da mais importante série mundial dedicada às motos de estrada, Michael Ruben Rinaldi pode muito bem tornar-se no novo elemento do quarteto maravilha.

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