Yamaha MT-09 (2024). Uma década revolucionária

Fevereiro 29, 2024

Com uma história que sustenta a grande responsabilidade no volume de vendas da marca, a Yamaha MT-09 ganha novos atributos para 2024. Mantém o ar irreverente, de uma rebeldia que a acompanha desde nascença, mas, à passagem do 10.º aniversário, recebeu estética mais familiar. Bem como uma posição de condução refinada, tecnologia mais inteligente e…

Com uma história que sustenta a grande responsabilidade no volume de vendas da marca, a Yamaha MT-09 ganha novos atributos para 2024. Mantém o ar irreverente, de uma rebeldia que a acompanha desde nascença, mas, à passagem do 10.º aniversário, recebeu estética mais familiar. Bem como uma posição de condução refinada, tecnologia mais inteligente e amigável, além de uma nova sonoridade. Mais gutural e mais entusiasmante para o condutor. Está quase a chegar ao mercado português!

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  • Por: Paulo Ribeiro
  • Fotos: Jonathan Godin e Arnau Puig

A filosofia, assente num estilo de vida japonês, jovem e urbano, foi o ponto de partida para uma aventura ousada a partir de 2013. Ao descobrir a Yamaha MT-09, o universo motociclístico ficou confuso. Afinal não havia nada tão radical num segmento que navegava então por águas mais calmas. Nascia o Dark Side of Japan, recuperando a designação da mítica MT-01 e o inerente princípio Master of Torque. Força e agilidade eram palavras numa família que seguia a filosofia Jin-Ki Kanno.

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A ideia passava por estimular todos os sentidos e criar harmonia absoluta entre homem e máquina. Linha orientadora que se manteve até esta 4.ª geração, atraindo mais de 100 mil clientes para a Yamaha MT-09. E mais 285 mil para os restantes sete membros de um agregado que representa 38% do total das vendas europeias da marca. Família Hyper Naked que vai da jovem MT 125 à exclusiva MT-10 SP e partilha valores de irreverência e ousadia, vanguardismo e agressividade, de condução emocionante. Transformando cada deslocação entre o ponto A e o ponto B numa aventura sempre divertida.

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Notas de paixão reforçada

Para 2024 foram muitas as alterações na Yamaha MT-09. No entanto não deixa de ser curioso que a mais cativante seja aquela que não ressalta da leitura da ficha técnica. Mesmo após uma observação bem atenta, nada nos preparou para a nova sonoridade, não do escape, mas da admissão.

Notas de uma intensidade acrescida por força de novas condutas de admissão em direção à caixa do filtro de ar. Deixam de ser três as tomadas de ar e passam a ser duas, com comprimento e raios diferenciados. Assim acentuando os sons de alta frequência criados pela deslocação aerodinâmica. Além de proporcionar uma aceleração mais linear e oferecer um entendimento mais perfeito do motor, com perceção direta entre o sentido auditivo e o movimento da roda traseira.

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Mas os técnicos do especialíssimo departamento de som da Yamaha Motor Co. (não confundir com o fabricante de instrumentos musicais) quiseram ir mais longe. Para isso desenvolverem uma grelha de amplificação acústica, montada no topo do depósito, que contribui para o reforço de emoções à medida que se acelera.

Cuidados sonoros que acabam por enganar os sentidos, fazendo esquecer um escape que até é menos esfuziante, por força das limitações da diretiva Euro5+. Mudanças que farão as delícias dos amantes deste tipo de motos, seguidores de eventos como o MT Tour ou o MT Fest. Que, em última análise, refletem uma nova forma de comunicação para um público de especificidades próprias. Onde não é descurada, antes estimulada, a presença nas redes sociais, adaptação de conveniência aos tempos que correm.

Conquistar a liberdade

Mas os valores de performance, futurismo, diversão e espírito radical que acompanham a evolução desde a versão inicial de 2013 da Yamaha MT-09 foram agora revestidos por um visual mais elegante. Reflexo de uma evolução que visou impregnar a nova proposta de maior maturidade e estilo em termos de design, mas também de acrescido feedback e superior controlo. Além de maior facilidade e intuição em toda a utilização, desde o motor aos comandos.

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Primeiramente foi trabalhada a componente ergonómica, sempre ajustada à evolução estética, trocando o ar de ‘roadster/supermotard’ por um mais agressivo visual de ‘naked/stunt’. No entanto sem que tal se refletisse negativamente no conforto e confiança a bordo. Antes pelo contrário, as novidades neste capítulo com o condutor posicionado mais rodado sobre a frente revelaram-se positivas. Mais peso sobre a roda dianteira geram confiança ampliada e facilidade de colocar a moto em curva, reforçando a proverbial agilidade.

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Mudança conseguida com um guiador mais baixo (30,4 mm) e mais próximo do condutor (1,5 mm) bem como os poisa-pés mais altos (9,5 mm) e recuados (30,6 mm). Talvez a melhor prova do acerto seja o facto de, depois de 220 quilómetros de condução intensa durante a apresentação internacional em Lanzarote, não ter sentido qualquer dor de costas ou formigueiro nas mãos. E não posso dizer que tenha a juventude do utilizador-tipo da Yamaha MT-09…

Ainda neste capítulo, referência para um assento que está à mesma altura (825 mm) mas é mais estreito (12 mm) facilitando o apoio dos dois pés no solo a todos os condutores/condutoras. Mas que continua mais vocacionado para transmitir as sensações de uma condução desportiva do que o conforto turístico. Que é como quem diz, é bastante duro e não há volta a dar. Bom, na verdade até há, basta optar pelo banco Confort…

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Daqui, posto de comando…

Continuemos no posto de comando, que o barco tem de ser dirigido e é sempre bom saber que as manobras foram facilitadas. Incluindo aquelas inversões de marcha que fazemos nas ruas mais estreitas de uma qualquer cidade. Ou nas estradas em redor de Arrecife durante uma sessão fotográfica. Agilidade reforçada por um maior ângulo da direção, agora de 32º, e sublinhado pelo novo depósito de combustível. Que, sem alterar a capacidade de 14 litros, permite um posicionamento mais envolvente, sendo mais baixo (30 mm) e mais largo (60 mm) na parte superior. Ficou a ganhar o encaixe dos joelhos que estão, também, ainda mais protegidos da deslocação de ar. Já a cabeça, tronco e braços é outra conversa…

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Reservatório de gasolina, fabricado com recurso a inovadora tecnologia de prensagem de grande precisão, que permite linhas mais definidas. E que apresenta uma melhor união com o assento da Yamaha MT-09. Componente agora separado para condutor e passageiro, oferecendo maior conforto e, acima de tudo, maior liberdade de movimentos. Além de criar uma zona de apoio lombar que vai agradar aos mais radicais. Que para as figuras mais acrobáticas podem ajustar os poisa pés em duas posições. E passam a evitar preocupações com as fixações do suporte para o passageiro, escondidas por debaixo da redesenhado e mais estreito sub quadro posterior. Além de agradecerem outros detalhes como o pedal de travão em alumínio forjado, as novas proteções de tornozelo ou as manetes ajustáveis de forma contínua e milimétrica.

A revolução continua

Mas as boas novidades para o condutor não se ficam por aqui, com a Yamaha MT-09 a estrear um novo conjunto de comandos que, esperemos, venha a ser utilizado em mais modelos. Conjunto de melhorada ergonomia, sobretudo o conjunto do lado esquerdo, agora com prático joystick de 5 eixos. Movimentos intuitivos do polegar esquerdo permitem navegar num menu também ele de grande lógica e boa ergonomia de software, percorrendo facilmente as diferentes funções. Design simples e lógico para mudar rapidamente as principais informações do painel bem como mos modos de condução ou alternar até ao ecrã de navegação por GPS. Incluindo mesmo um prático sistema de navegação curva a curva.

Botões de excelente toque, dos melhores do mercado mesmo comparando com motos de valor bem superior, como é o caso, também, do ‘cruise-control’. Sistema acionado através de simples pressão no botão, a partir de 3.ª velocidade e mais de 40 km/h e que pode ser ajustado em intervalos de um quilómetro com um toque único. Ou, para mudanças maiores de velocidade, com pressão contínua durante os segundos necessários. Controlo de velocidade de cruzeiro que pode ser cancelado tocando na embraiagem ou nos travões, bem como com um movimento contrário no punho de acelerador.

Luzes de segurança e estilo

Outra nota de relevo neste campo vai para os interruptores dos indicadores de mudança de direção. Designação completa para os piscas, com botão único de forma pouco usual e com uma grande novidade, conhecida dos automóveis, mas pouco usada nas motos. Assim, um pequeno toque no botão faz o pisca funcionar apenas três vezes, prático para assinalar uma mudança de faixa ou o início de uma ultrapassagem. Para ficar a piscar mais tempo, deixe-se ficar o dedo mais um ou dois segundos. E quando a manobra estiver concluída, o ato de desligar é automático, ao fim de 15 segundos ou após 150 metros percorridos.

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Piscas que servem também para assinalar uma travagem de emergência (ou simplesmente mais forte!), ligando os quatro indicadores para avisar os veículos que seguem atrás. Sistema que pode ser desligado no menu, evitando estar sempre a piscar quando se adota uma condução mais agressiva. Ou quando não se quer ‘dar trunfos’ aos companheiros de uma divertida escapada de fim de semana.

Ainda e sempre no posto de comando, a visibilidade à retaguarda surge melhorada com os novos espelhos retrovisores. Que trocaram um estilo mais agressivo e acutilante por uma maior área de visão. Assim ficam alinhados pela nova estética da parte dianteira, mais definida e compacta, com novo desenho do farol. Que, como toda a iluminação, é em LED, com luzes de presença que remetem para a imagem desportiva da família. Farol com uma lente redonda de diâmetro ainda mais pequeno, que agrupa as luzes de médios e máximos. E que, tal como o conjunto traseiro, garante linhas mais vincadas e um volume mais estreito

Visões de tecnologia na Yamaha MT-09

Imagem e tecnologia de mãos dadas, numa evolução que tocou praticamente todos os capítulos. Foi o caso do painel de instrumentos, de 5 polegadas de diagonal contra as anteriores 3,5” e que pode ostentar quatro temas a gosto do condutor. A visibilidade é boa e a legibilidade peca apenas por alguns dígitos e símbolos de dimensão que nada perderia em ser maior.

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Bem mais positivo é o facto de possuir conetividade que vai mais além das tradicionais funções ligadas ao smartphone. A Unidade de Controlo de Comunicações (CCU) permite receber e fazer chamadas, ouvir mensagens e música, etc. Mas também, através da aplicação MyRide, utilizar outras funções, incluindo a navegação com recurso ao sistema gratuito Garmin Street Cross.

Mas a app MyRide permite ainda personalizar as definições da máquina e enviá-las diretamente para a Yamaha MT-09. Assim, é possível alterar entre os diversos modos de condução (Rain, Street e Sport) ou configurar os vários parâmetros em dois modos inteiramente ajustáveis. Além da forma como é entregue a potência, o nível do controlo de tração ou da derrapagem lateral em aceleração, o controlo anti-cavalinho ou do sistema de travagem, os sensores e circuitos ligados à Unidade de Medição Inercial (IMU de 6 eixos) oriundo da R1-M garantem o melhor funcionamento do ‘quick-shifter’ e permitiram a adoção do Back Slip Regulator. Sistema eletrónico que garante estabilidade absoluta quando a roda traseira tende a bloquear devido ao efeito excessivo de travão-motor. Assim é controlada a quantidade de binário produzido e colmatando as limitações da embraiagem deslizante em situações de aderência muito más.

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E se a bateria do smartphone estiver a dar as últimas, é sempre possível a recarga através da tomada USB Tipo C existente sob o assento do condutor…

Eixos de equilíbrio absoluto

Eletrónica de luxo que equipa a Yamaha MT-09 desde a 3.ª geração, em 2021, quando foi a primeira Hyper Naked equipada com IMU de seis eixos de alta tecnologia desenvolvida diretamente a partir da R1. Nesse sentido mede constantemente a aceleração nos eixos horizontal (para cima e para baixo) e vertical (frente/trás). Além da aceleração para a direita e esquerda e a velocidade angular nas direções longitudinal, horizontal e perpendicular da máquina. Esses dados, enviados em tempo real para a ECU que controla o conjunto de ajudas eletrónicas à condução, permite o controlo de todos os sistemas.

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E é importante reforço nas ajudas à condução, sensíveis à inclinação e que melhorou substancialmente o sistema Quick-Shift. Que, à 3.ª geração, funciona a partir dos 15 km/h e logo acima das 2000 rpm para subir de velocidade ou das 1600 rpm para reduzir. Além de uma enorme suavidade e grande precisão sentida em todas as situações, realce para a possibilidade de ‘subir caixa’ mesmo sem acelerar, para ‘soltar o motor’, e reduzir em aceleração. Situação particularmente relevante numa condução mais desportiva, onde é notória a maior suavidade da caixa de velocidades, entre a 3.ª e 6.ª relações, graças aos novos carretos adotados.

Agilidade e precisão

Vocacionada para a maior facilidade e eficácia, a Yamaha MT-09 tem outros pequenos detalhes que se revelaram de grande dimensão em estrada. A travagem é, no geral, idêntica à anterior, com uma assinalável potência, mas agora com um melhor controlo graças à instalação de uma pinça radial de 16 mm da Brembo. A forma como se sente a pressão exercida na manete (ajustável, pois claro!) permite um doseamento mais ajustado às necessidades, facilitando a travagem no início da inclinação. Além disso existe a garantia de que os discos de 298 mm mordidos por pinças Brembo Advics de quatro pistões e fixação radial oferecem uma potência brutal.

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E quando chega ao limite da capacidade de desaceleração, é notório o contributo de outra pequena mudança técnica. A forquilha invertida da KYB revelou-se bem mais forte sem que isso represente maior aspereza no funcionamento. É completamente ajustável, em pré-carga, extensão e compressão, mas a responsabilidade da maior solidez é do aumento da constante da mola. Assim, ao mudar de 14 para 15 N/mm, permite usufruir da totalidade do curso numa condução mais desportiva, sem o risco de bater no final. Novidade que foi acompanhada pela força menor do amortecedor posterior, que viu ainda o sistema de bielas redesenhado, seguindo o princípio de maior incidência de peso na dianteira. Tudo em prol da acrescida agilidade que, em última análise, assenta na leveza e rigidez do quadro em alumínio fundido ou das jantes forjadas através de rotação.

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Jantes que montam uma versão específica dos novos Bridgestone Battlax Hypersport S23. A saber, os M-Spec têm composto único diferenciado e uma estrutura que garante maior progressividade na inclinação. Casamento perfeito com a Yamaha MT-09, exaltando o prazer em curva.

Yamaha MT-09 quase a chegar

Disponível no mercado nacional a partir de abril – a versão 35 kW chega em maio e a exclusiva SP em junho – a Yamaha MT-09 estará à venda em três decorações. A saber: Midnight Cyan, Icon Blue e Tech Black. O preço, ainda não definido, deverá ficar abaixo dos 12 000 euros e o rol de acessórios conta com ecrã frontal de duas dimensões ou defletor em alumínio. Além de protetores de mãos e contrapesos para o guiador ou o suporte para diversos tipos de top-case.

Uma coisa é certa! A renovada Yamaha MT-09 garante momentos de condução ainda mais excitantes de elevados índices de adrenalina e maior controlo. Para lá das diversas mudanças na eletrónica, também o motor foi ligeiramente retocado, por força da adaptação às mais recentes e castradoras regras antipoluição. Porém, as normas do Euro5+ não alteraram a potência máxima do bloco de 3 cilindros de 890 cc.

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Que continua a ser de 119 cv às 10 000 rotações por minuto, sempre entregues à vontade do freguês. De fácil controlo assente num bem ajustado sistema de acelerador eletrónico (YCC-T), proporciona um binário de 93 Nm às 7000 rpm que ajuda a rodar depressa, com boas acelerações e elevada capacidade de resposta mantendo o consumo em valores aceitáveis. Afinal, com um ritmo muito vivo durante a apresentação internacional em Lanzarote e sem qualquer preocupação de economia, o consumo real ficou nos 5,8 L/100 km. Nada mau para umas centenas de quilómetros de pura diversão!

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