Ganhou em potência e personalidade a renovada Macbor Rockster 125 Evo – disponível também na versão Rockster Flat – renovando os argumentos que valem estatuto de ‘best-seller’ desde 2017 dentro da gama da marca espanhola, e uma posição de destaque entre as mais pequenas propostas custom do mercado ibérico. Uma evolução notória no capítulo técnico em contraste com uma imagem apenas ligeiramente retocada, mantendo a estética que cimentou o sucesso.

- Texto: Mara Silva
- Fotos MB Motor
Mais potência, segurança acrescida e maior refinamento, foram as linhas-mestras seguidas na criação das espanholas Macbor Rockster 125 Evo e Rockster Flat 125 Evo para 2025. Premissas que melhoraram a experiência de condução de uma moto leve e baixa, facilitando a mobilidade e diversão para todos os públicos.

Começando pelas mudanças mais discretas, tanto a Macbor Rockster 125 Evo como a Flat foram atualizadas no capítulo estético, mas sem beliscar a convencional imagem clássica, ganhando novas cores, grafismos revistos e alguns detalhes com visível evolução em termos de qualidade. Um ar modernizado que ressalta mais ao vivo do que nas fotos, contribuindo para um reforço de atitude em ambientes urbanos, com traços e uma simplicidade cativante, sem desperdícios estéticos.

A simpatia das linhas é evidente de qualquer ângulo e o nível de acabamentos não deixa de surpreender quando pensamos no posicionamento e preço da Macbor Rockster 125 Evo. São detalhes como o banco de costura dupla e uma cobertura extremamente suave ao tato, as linhas vincadas e a pintura cuidada de um depósito minimalista, os foles de borracha que protegem as jarras da forquilha, as plataformas de apoio dos pés ou o encosto para o condutor que exaltam uma imagem clássica da Macbor Rockster 125 Evo. Que partilha com a Flat uma altura do assento extremamente acessível (730 mm), mesmo para uma condutora com menos de metro e sessenta.

Posição de condução que exige alguma habituação, sobretudo para quem está mais habituada a uma trail, com um guiador tipo ‘ape hanger’ ou cornos de vaca e os poisa-pés mais adiantados. Nada que meia dúzia de paragens e respetivos arranques não ajude a memorizar, acabando por descobrir uma atitude bastante relaxada e nada cansativa. Mesmo na mais desportiva e moderna Rockster Flat, cujo guiador mais baixo e adiantado e os poisa-pés de formato convencional, atiram o tronco mais para a frente, mas não beliscando a facilidade e conforto na condução.
Mais potência num motor completamente novo
Mas a grande novidade da proposta 2025 da Macbor Rockster 125 Evo é mesmo o motor, um bloco completamente novo e que é bem mais potente do que a anterior versão. São 28% a mais no pico de potência – dizem-nos os técnicos da marca de Barcelona – subindo até aos 12,2 cavalos às 9500 rotações por minuto. Tecnicamente as diferenças parecem não ser muitas, mantendo a arquitetura de monocilindro, refrigerado por ar e com injeção eletrónica, mas com a inovação de ter uma cabeça de cilindros com quatro válvulas (em vez das anteriores duas) comandadas por uma única árvore de cames à cabeça.

Evolução significativa face aos anteriores 9,5 cv/8500 rpm, que foi acompanhada pelo crescimento do valor de binário máximo de 9 Nm para 9,9 Nm, conseguido a uma rotação bem mais elevada. A nova Macbor Rockster 125 Evo chega a este valor às 8000 rpm enquanto a anterior atingia o pico às 6500 rpm. Na prática, como deu para perceber em estrada, o bloco que cumpre a mais restritiva normativa comunitária Euro5+, oferece uma resposta viva e eficaz, tanto em cidade como em estrada aberta, embora exija uma condução à medida.


O segredo, quando procuramos a eficácia, é conduzir nas rotações mais altas, tirando partido da maior rotação a que surge a força do motor, por força de um curso mais reduzido e um maior diâmetro do pistão. Ou seja, para tirar maior partido dinâmico da Macbor Rockster 125 Evo o melhor é não deixar a rotação cair das 6000 rpm já que é acima desse valor que as acelerações são mais fortes e divertidas. E, assim, aproveitando bem a suave caixa de cinco velocidades num motor equilibrado e com poucas vibrações graças ao veio de contrapeso.
Assim, em vez de adotar uma atitude mais tranquila, deixando rolar de forma soltinha, o melhor mesmo é reduzir para sair das curvas numa relação abaixo, notando-se aí a entrega mais viva da potência. Afinal, essa parece ser a grande evolução garantida pela chegada de mais duas válvulas, ganhando uma curva de potência mais cheia e de entrega mais linear, mas também uma maior apetência para rodar em rotações mais elevadas, onde entrega mais potência.
Macbor Rockster 125 Evo também na segurança
Capítulo onde a Macbor Rockster 125 Evo também evoluiu foi o da segurança, desde logo por força de uma travagem potente, mas bastante progressiva. Aliás, diria mesmo que demasiado progressiva no caso da Rockster Flat, obrigando a maior pressão na manete direita para tirar partido da pinça dianteira de dois pistões que morde o disco (agora pleno e não recortado) de 267 mm de diâmetro.

Uma sensação mais esponjosa na primeira parte do curso, que poderia ser causada pela própria posição de condução, nomeadamente do guiador mais alto, ou, simplesmente, pela especificidade daquela unidade em particular. É que na Macbor Rockster 125 Evo o tato era bastante mais imediato, notando-se a sua intervenção logo ao primeiro toque na manete. Semelhante entre as duas versões, mostrou-se a ação do disco traseiro, com 267 mm de diâmetro e pinça flutuante de dois pistões, de grande suavidade e mostrando-se bastante útil numa condução mais turística.

Além disso existe um sistema ABS de dois canais, atuando de forma independente apenas na roda que perca a aderência, mas que não foi sentido durante os mais de 100 km do teste, e que garante aquela dose de paz de espírito, sempre importante quando se anda de moto.
Sistema de travagem que espelha o espírito da Macbor Rockster 125 Evo, num bem conseguido equilíbrio entre robustez e simplicidade, economia e segurança e que se estende ao amortecimento.

Ponto de grande importância que ajuda a justificar a condução fluída e sensação de grande leveza na colocação em curva, onde o peso superior (147 kg contra os anteriores 130 kg) é diluído pela maior agilidade graças a distância entre eixos encurtada em 20 mm, para os 1415 mm. E que, assim, nem permite que se note o facto de na dianteira surgir uma roda de 18 polegadas e com um pneu bem largo e alto (um CST na medida 100/80), bem maior que o aro com raios de 15” da roda posterior.
Voltando ao sistema de amortecimento da Macbor Rockster 125 Evo, dizer que na frente é montada uma forquilha convencional, de 37 mm de diâmetro, com um curso (137 mm), que permitiu enfrentar alguns buracos e lombas na estrada sem sentir qualquer instabilidade, enquanto atrás surgem dois amortecedores com depósito externo (‘piggyback’). Componentes que não levantaram qualquer dúvida em termos de eficácia e que, além do mais, contribuem para uma imagem com tanto de clássico, patente nos foles de proteção em borracha na forquilha, como de tecnológico e moderno, no dourado dos depósitos de gás dos amortecedores.
Cores que reforçam a modernidade… do clássico
Mescla entre o clássico e o moderno que se prolonga no pequeno, mas bem legível ecrã digital, um LCD de formato redondo e rematado por um aro cromado, com informações que vão desde a rotação do motor e velocidade, até à luz de funcionamento do ABS, passando pelo relógio, nível de gasolina ou a carga da bateria. Também a iluminação da Macbor Rockster 125 Evo contribui para uma criação intemporal em termos estéticos, apelando às formas redondas para o elegante farol dianteiro em LED e luz diurna, enquanto atrás a mesma tecnologia é empregue no discreto farolim tipo ‘cat eye’.




Detalhes de uma imagem moderna onde as linhas clássicas são sublinhadas pelas decorações em preto, vermelho ou dourado no caso da Macbor Rockster 125 Evo e em preto mate, amarelo e verde para a Rockster Flat sendo que, em ambos os casos, terá um preço em Portugal de 2799 euros. O que parece um excelente valor para quem procura uma moto simples, robusta e fácil de utilizar, sobretudo em contexto urbano. E que, com algum tempo e paciência, poderá mesmo permitir fazer algumas viagens. Quem sabe mesmo aventurar-se no Portugal de Lés-a-Lés ou até sonhar com uma ida à Croácia…

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