A Honda GB350S é mais do que um simples modelo de linhas retro, evocativo das memórias de outros tempos. É, isso sim, um repositório de sensações esquecidas, da simplicidade de utilização à elegância intemporal, em suma, de memórias felizes. Mas é também uma proposta de moda, num segmento que parece cativar cada vez mais motociclistas e, não, não são apenas os mais experientes que ficam rendidos a este conceito estético e filosófico bem patente neste vídeo.
- Por: Alberto Pires
- Imagens: Paulo Ribeiro
- Montagem e realização: Alberto Pires
Sem âncoras ao passado, sem ser uma expressão moderna de um modelo anterior ou a recuperação de uma qualquer clássica do catálogo histórico da marca, a Honda GB350S deve ser encarada como a materialização de um espírito em três dimensões: estética, expressão do motor e sensação de condução. Apresentada como uma Retro Roadster, a Honda GB350S tem um design complexo, incluindo naturalmente um conjunto de importantes referências visuais.
O depósito largo, com linhas que fluem do banco para a frente, é encimado por um tampão em metal, cromado e com disco de proteção para a ranhura da chave, que leva a recuar algumas décadas. Tal como o logótipo cromado em alto relevo e as proteções de borracha à altura dos joelhos.

As rodas da Honda GB350S apresentam catorze braços finos, pintados de negro, tendo a traseira um diâmetro de 17 polegadas para albergar um pneu de 150 mm e perfil alto, enquanto na dianteira a jante 19″ monta um estreito 100/90. Rodas que de tão elegantes e leves até fazem o disco dianteiro parecer pequeno apesar do generoso diâmetro de 310 mm!
O motor é, no entanto, o elemento mais marcante da Honda GB350S, alto, largo e com aletas de refrigeração que acentuam a sua presença, parecendo dispor de uma cubicagem bem superior. Os cárteres também são volumosos, o sistema de injeção está disfarçado e o escape, arrebitado e com uma proteção cromada, remata o conjunto.
A nostalgia da Honda GB350S
O formato do banco e a disposição dos gomos da cobertura enquadram-se bem, tal como painel, com o velocímetro analógico a ser complementado por um pequeno quadrante digital, não comprometendo a sua presença. Os espelhos redondos e as manetes finas adicionam o toque final na estética da Honda GB350S, incapaz de passar despercebida na mais movimentada rua de uma cidade como frente à esplanada do café.

Este teste, contudo, não se resumiu a uma viajem nostálgica, uma apreciação estética ou a uma abordagem clínica ao tratamento do stress em cima de duas rodas bem explicada no texto completo que pode ler aqui. Em estradas nacionais, com curvas capazes de exigir que a ciclística mostre o que vale, a Honda GB350S garantiu que podemos contar com ela. A ausência de rapidez na mudança de ângulo é compensada com uma excelente linearidade na inserção em curva, e a altura ao solo dos pousa pés e do descanso central é suficiente para que os Metzeler Tourance Next evidenciem o que valem.
Quanto à travagem, o disco dianteiro de 310 mm é suficiente e para a maioria dos casos bastam dois dedos para gerir as situações, mas se quisermos mais potência temos que usar mais dedos. O ABS entra em ação a partir de certo limite, sobretudo no empedrado citadino, mas não prolonga a travagem em demasia. O travão traseiro está em consonância, e se o usarmos de forma conjugada, o peso do conjunto e a pequena amplitude de funcionamento das suspensões transformam as travagens em mais um momento que se funde com os restantes.

Disponibilizada em três cores, a Honda GB350S pode ser adquirida em Pearl Deep Mud Grey, Gunmetal Black Metallic e Puco Blue, sendo que, qualquer uma delas, reforça a permanente possibilidade de viajar pelo tempo, de forma calma e relaxada, temperada frequentemente com olhares e expressões de admiração que de alguma forma nos fazem sentir felizes. Quanto ao preço, também ele parece vindo de outro tempo e os 4.590 euros que lhe pedirão é muito menos do que se espera quando a vemos, seja estacionada na rua ou no Show Room de um concessionário da marca.
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