Revelando-se em três vetores diferenciados na EICMA 2025, a Honda honrou o passado, melhorou o presente e desvendou o futuro no Salão de Milão. Olhando para a lista de novidades do maior construtor mundial poderiam parecer escassos os motivos de interesse do espaço da marca da asa dourada. Nada de mais errado! Estivemos na Fiera Milano e com o apoio de Carlos Cerqueira, descobrimos o que aí vem…
- Por: Paulo Ribeiro
- Fotos: Paulo Ribeiro, Honda e EICMA
- Montagem e realização: Alberto Pires

Ficando para muitos algo abaixo das expetativas, a EICMA 2025 parece ter mostrado a essência de uma estratégia em que o baralhar e dar de novo animou o espaço de muitas marcas, com o lógico aproveitamento das plataformas mecânicas para lançar novos modelos. No caso da Honda essa bem-sucedida linha de ação teve novos e surpreendentes episódios, lado a lado com uma importante estreia absoluta.

Para lá do espetacular e promissor protótipo V3R 900 E-Compressor, da lindíssima CB1000F, ou da muito desejada CB1000GT, a novíssima WN7 foi uma das estrelas da EICMA 2025. Uma máquina que o Diretor de Marketing e Comunicação da Honda Portugal apresentou em exclusivo para MotoX.pt e que já tem data de chegada e preço conhecido para o mercado nacional.
O reforço da aposta elétrica
Trata-se a primeira moto elétrica da Honda, a juntar às scooters EM1-e e à CUV-e, uma ‘naked fun’ dotada de interessantes atributos técnicos, garantidos por uma bateria de 9,3 kWh e motor elétrico de 18 kW de base e 50 kW de pico (equivalente a 68 cavalos), anunciando uma autonomia para lá dos 140 km. Mas a EICMA 2025 permitiu conhecer melhor esta nova proposta, com estética que apresenta a plataforma que servirá de identidade para a nova família elétrica da marca e um design enquadrado na filosofia ‘Be the Wind’, centrada numa condução silenciosa e sensações únicas, diferentes das proporcionadas pelos motores térmicos.

Anunciado na EICMA 2025, a rapidez de carregamento – de 20 % a 80 % em cerca de 30 minutos – foi outro dos pontos de destaque tal como a possibilidade de recarregar as baterias na infraestrutura já existente para os automóveis. Com performances comparáveis às de um motor de 600 cc, a WN7 é mais um passo rumo à eletrificação e neutralidade carbónica que a Honda promete conseguir já na década de 2040 para as motos!
Com a WN7, a Honda reforça a linha-mestra da eletrificação delineada na Visão Honda 2030, definindo uma nova identidade de design e tecnologia para motos. Sendo este o modelo de arranque da primeira fase da entrada em massa no mercado de veículos elétricos de duas rodas, a Honda promete uma rápida e abrangente expansão a partir de 2026.

Para que se tenha uma noção mais precisa da estratégia elétrica para os próximos anos, a Honda divulgou alguns números durante a EICMA 2025 sendo que pretende vender 4 milhões de unidades até 2023, numa altura em que aposta numa gama que terá 30 modelos. Para isso fará investimentos na ordem dos 500 bilhões de yenes o que também ajudará a reduzir os custos de produção na ordem dos 50%. Metas ambiciosas para quem quer criar uma mobilidade mais agradável para todos os utilizadores e em todos os ambientes.
Um sonho em V

Mas, confirmando a vontade de heterogeneidade na gama, investindo no elétrico ao mesmo tempo que cria e evolui motores térmicos sofisticados, a Honda revelou na EICMA 2025 a evolução do conceito de três cilindros em V, com um protótipo que deixa antever modelos definitivos com este bloco já na próxima edição do certame italiano e chegada ao mercado em 2027.




O protótipo V3R 900 E‑Compressor, equipado com um motor V3 com compressor controlado eletronicamente, aguçou a curiosidade dos mais de 600 mil que passaram pelos pavilhões da EICMA 2025, em Milão. Uma tecnologia inovadora, criada a partir de uma folha em branco para “oferecer produtos cativantes que superem as expectativas dos clientes”.

O motor viu ratificada a arquitetura de V3 a 75 graus, com arrefecimento líquido, desvendada em 2024, mas só agora ficou confirmada a cilindrada de 900 cc bem como a realidade do compressor controlado eletronicamente, que garante uma gestão extremamente eficaz da sobrealimentação. Um bloco muito compacto, de formas esguias e que oferece performances idênticas às de um motor de 1200 cc, nomeadamente uma entrega rápida do binário desde baixas rotações.

Mais terrena, a Honda CB1000GT surgiu na EICMA 2025 como a aguardada materialização de uma nova desportiva-turismo derivada da conhecida base CB1000 Hornet (com a fabulosa base motriz da Fireblade de 2017), numa união entre desempenho e capacidade turística. Uma máquina que traremos em detalhe dentro de duas semanas, logo após o primeiríssimo teste em estrada onde vamos comprovar a eficácia de um conjunto que conta com suspensão eletrónica Showa EERA, Quick Shifter, Cruise Control e punhos aquecidos de série, malas integradas, conectividade RoadSync, ou a IMU de seis eixos que permite montar Cornering ABS entre outros argumentos.
Novidades para todos os gostos na EICMA 2025
A brilhar de forma intensa no stand Honda esteve a CB1000F, que, apesar de desvendada pouco antes da EICMA 2025, mereceu natural destaque. Ou não fosse a sucessora estética da mítica CB750 Four de 1979! Com design que exalta toda a essência histórica de modelos icónicos, a retro naked assume a inspiração nas CB de outros tempos e homenageia a CB 750F usada por Freddie Spencer no campeonato americano de superbikes AMA. E onde o imponente depósito de combustível é único à traseira através de fluídas tampas laterais e por um assento com capa à época.
O farol redondo, as duas buzinas laterais ou o escape com saída tipo megafone foram outros pontos que pudemos apreciar na EICMA 2025 numa moto que de antigo só tem o aspeto: motor de quatro cilindros em linha oriundo da Hornet 1000 mas com carácter mais adequado, painel TFT com conetividade, iluminação ‘full’ LED, chave inteligente ou as necessárias ajudas eletrónicas para incremento da segurança são itens que não poderiam faltar.





Claro que as novidades não poderiam ficar por aqui e, na EICMA 2025 foi possível ver a revista scooter SH 125/150i com novo design inspirado na SH350i, nova assinatura luminosa e painel de instrumentos num ecrã TFT de 4,2″. Confirmada foi anda a introdução da transmissão com embraiagem eletrónica E-Clutch na família sete-e-meio, na XL750 Transalp e na CB750 Hornet, bem como nas quinhentos NX500, CBR500R e CB500F Hornet, como se pode ver no vídeo.
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