A ideia tem tanto de simples quanto de eficaz. O que ajuda a perceber o sucesso do primeiro Honda Off-Road Day 2025. Afinal a simplicidade é uma das fórmulas mais eficazes para garantir o êxito de qualquer evento, como aquele que se viveu, ao longo de um dia extremamente bem passado, no Bianchi Prata Off-Road Center, no Carregado. Mas, afinal, o que foi o Honda Off-Road Day 2025?

- Por: Paulo Ribeiro
- Fotos: Honda/Bruna Silva
A resposta pode ser muito simples ou bastante complexa consoante o ângulo da abordagem. Por um lado, é um evento monomarca, destinado a utilizadores dos modelos de todo-o-terreno da gama Honda que ao longo de um dia se divertem a dar o melhor uso às motos que tanto gostam. Por outro lado, trata-se de uma reunião de amigos, movidos pela fidelidade e amor a uma marca, temperados pela forte paixão do ‘off-road’.






Uma ideia concretizada “após tanto tempo sem realizar este tipo de eventos” como sublinhou Carlos Cerqueira, que viu “os objetivos do Honda Off-Road Day 2025 plenamente cumpridos, graças a uma adesão fantástica dos participantes, reunindo um grande grupo de praticantes, de pessoas que gostam da marca. Pessoas que gostam do todo-o-terreno, que quiseram participar no convívio, desfrutar, e, para uma primeira edição, no retomar deste tipo de evento, o resultado é muito motivador” acrescenta o Diretor de Marketing e Comunicação da Honda Portugal.

Claro que, sendo uma estreia absoluta, o Honda Off-Road Day 2025 tem espaço para crescer, “mesmo sendo assumidamente um modelo um bocadinho diferente do habitual, com diversas classes e onde, mesmo com ‘transponder’ para registo dos tempos num circuito fechado, não há corridas”. A parte competitiva existe, sob a forma de superação individual, tentando a melhoria de tempo ao longo das quatro voltas cronometradas, bem como no desafio em bater a concorrência no somatório das duas melhores voltas.
Com 56 pilotos repartidos pelas categorias de Amadores, Federados, Veteranos, Senhoras e Motos Clássicas, o Honda Off-Road Day 2025 brilhou pelo convívio entre nomes bem conhecidos do panorama endurista nacional e anónimos apaixonados, aproveitando para ver algumas relíquias de outros tempos juntamente com as mais recentes motos da gama TT da Honda. E onde as famílias marcaram presença reforçando a aposta “num ambiente mais familiar, que inclusive deverá proporcionar no futuro a possibilidade de experimentarem as mais pequenas CRF que estão disponíveis no Bianchi Prata Off-Road Center“.

“Mas este foi apenas o ponto de partida, um pontapé de saída para um modelo de evento que achamos ter pernas para andar. Até porque existem muitos clientes que fazem todo-o-terreno ao fim de semana, de forma contínua durante todo o ano e, portanto, este pretende ser um dia em que podem ver e sentir a marca como sua”.
“Quem compra uma Honda, mantém-se na Honda”
A lendária fidelidade dos clientes da marca da asa dourada esteve bem patente neste Honda Off-Road Day 2025, com utilizadores de longa data e pilotos com grande ligação ao fabricante japonês. “E mesmo tendo um volume de vendas que, sendo bom, não é nada extraordinário, a Honda tem uma grande diversidade de modelos, das CRF R, RX e RWE em cilindradas das 50 e 110 cc até às 450 cc, além das CRF300 L e Rally. E, sobretudo, com uma carteira de clientes que vem desde as mais antigas CR’s a 2 Tempos”.

Afinal, “quem compra uma Honda pela primeira vez, mantém-se na Honda. E alguns que as venderam mostram pena em ter-se desfeito delas, nomeadamente de CR’s, XR’s e outros ícones do todo-o-terreno que se viram neste Honda Off-Road Day 2025. Esta é uma ‘love brand’, as pessoas gostam da marca, uma marca de culto e revivem muitas histórias. Este evento pretende, por isso, ser uma experiência diferente. Para reviver momentos da história e criar novas histórias para o futuro”, continua Carlos Cerqueira.

Para quem o futuro desta iniciativa passará pelo reforço da presença familiar, “crescendo de forma contida em termos de participantes e acompanhantes, sem nunca ser um evento gigantesco ou meramente competitivo. Um evento social e familiar, mais de partilha do que de cariz comercial”. E, quem sabe, chegar a um público mais diverso. “Inscreveram-se dois participantes com Africa Twin que desaconselhamos a participar com a promessa de criar dentro do Honda Off-Road Day 2025 algo que permita a presença de trails maiores e até, quem sabe, da Honda X-ADV”.
No paraíso a meia hora de Lisboa
Para a concretização do Honda Off-Road Day 2025 seria imprescindível a existência de um local que congregasse todas as condições, a começar naturalmente por um terreno amplo, propício para a prática da modalidade. E, neste aspeto, a escolha perfeita foi o Bianchi Prata Off-Road Center, no Carregado, a menos de 30 minutos das portas de Lisboa. Uma realização que foi, também, “o reconhecimento de tantos anos de trabalho com a marca, numa ligação que se prolonga desde 2015. Uma década a disputar campeonatos Nacionais, Europeus e Mundiais, onde já ganhamos tanta coisa juntos”, lembra Pedro Bianchi Prata.

Uma ligação que motiva o pluricampeão Nacional e Mundial de Enduro e Bajas “para colocar de novo a Honda na liderança do todo-o-terreno em Portugal, lugar onde esteve durante tantos anos. Claro que não é um trabalho fácil, porque as outras marcas ganharam alguma margem no terreno da Honda, mas as motos são, sem dúvida, as mais fiáveis do mercado. E um encontro como o Honda Off-Road Day 2025 tem aqui um papel importantíssimo ao cativar os entusiastas, aqueles têm Honda’s em casa. E que, mesmo não fazendo competição, são pessoas que andam ao fim de semana, são aqueles que compram mais motos”.
Agradecido pela confiança depositada pela Honda Portugal, Bianchi Prata reconhece o prestígio em organizar um evento desta dimensão apesar de, “para futuras edições haver certas arestas para limar. No entanto, o esquema deste encontro é para manter, tirando tempos para dar um toque competitivo, para haver classificações, mas sem haver contacto em pista, tipo corrida de motocrosse. Todos estão a lutar contra si mesmos, dando o seu melhor para conseguir um tempo mais rápido, mantendo uma filosofia de enduro ou todo-o-terreno, ao invés de fazer mangas com vários pilotos em pista”.
Honda Off-Road Day 2025 superou expetativas
No entanto, e para além da segurança acrescida por não haver contacto direto em pista, há outros detalhes que poderão ser melhorados face à edição do Honda Off-Road Day 2025. “Nomeadamente um local onde possamos almoçar todos juntos, com mesas mais compridas, com mais conforto e convívio, algo essencial quando se junta uma ‘família’ como esta da Honda. Mas, na verdade, a adesão, sobretudo ao nível das famílias e acompanhantes superou as expetativas mesmo se, logisticamente, é possível receber cerca de 100 participantes”.

Para isso, Bianchi Prata sublinha a possibilidade de criar um paddock com cerca de 5 mil metros quadrados como “o que já foi montado para uma corrida com cerca de 90 carros, havendo ainda a possibilidade de criar outras pistas dentro do Off-Road Center que tem uma área total de 7 hectares”.

Uma ideia concretizada depois de dois anos de trabalho e que promete não ficar por aqui. Tanto mais que “a Honda tem motos de enduro cada vez melhores, mais suaves e agradáveis de conduzir, mais aptas a serem desfrutadas por pilotos com diversos níveis de experiência. Além disso, a ideia é tornar este evento numa verdadeira festa de família. Inclusive com uma pista de minimotos para os mais miúdos, com as CRF 50, CRF110 e mesmo as muitas CRF125 que existem a rolar por aí”.

António Lopes do Dakar ao Carregado… sempre com Honda
Uma festa que promete crescer depois do grande sucesso do Honda Off-Road Day 2025 que teve em António Lopes um dos nomes bem conhecidos que marcaram presença num evento que “para um piloto ou ex-piloto também é muito engraçado, num dia muito bem passado entre amigos”. Para o primeiro português a alinhar na categoria de motos no Rali Paris-Dakar, em 1991, aos comandos de uma Honda XRV 650 Africa Twin, “esta é uma iniciativa espetacular, com pernas para andar, onde é possível fazer mais coisas, um programa mais abrangente e preenchido, e trazer bastante mais gente”.

Tendo feito quase toda a carreira ligado à Honda, António Lopes salientou “o convívio entre antigos e atuais pilotos, em motos clássicas e modernas, com os amadores fãs da marca, juntando a história da moto e do desporto em Portugal, junta toda a gente com o espírito da Honda”.

Defensor da repetição do Honda Off-Road Day 2025 aplaude a ideia “da presença em pista de forma individual e isolada, correndo um de cada vez, o que é melhor em termos de organização sendo mais fácil arranjar-se um percurso com segurança. Torna-se mais fácil do que criar uma pista larga, além de que, a maior parte dos participantes, não tem experiência de competição e fazer corridas em grupo poderia tornar-se mais perigoso”.
“Isto ainda que, no futuro, se possa fazer uma espécie de competição por voltas cronometradas e, no final, quem quiser e se sentir mais à vontade, possa participar numa prova tipo motocrosse… Mas dá para explorar muita coisa, por exemplo uma espécie de pequeno enduro/moto rali, mesmo para motos maiores, com um percurso em estrada ou ‘off-road’ ligeiro e umas especiais cronometradas pelo meio. A verdade é que há espaço para alargar esta ideia de base que é espetacular e tem de ser repetida”.
Um Panda que gosta de recordes
Com uma longa ligação à marca nipónica, Rui ‘Panda’ Ferreira é bem conhecido dos seguidores das provas nacionais de bajas e raides, com uma carreira desportiva iniciada no Raide de Portalegre em 1996. E (quase) sempre com Honda, primeiro no Troféu XR (250 cc, 400 cc e 650 cce depois com as CRF até ao fim da competição monomarca, dando continuidade a esta fidelidade ao integrar o Team Bianchi Prata nos últimos anos.

Um recorde de longevidade que o ‘Panda’ ribatejano atribui “à facilidade de condução e à fiabilidade da Honda, tendo uma moto que vai com 4 épocas de raides, inclusive no deserto, como no Dubai, ou Aragão, nunca deu qualquer problema. Motos que nunca deram problemas técnicos ao longo de todos anos e ajudaram a conquistas vários títulos, nomeadamente três entre os Veteranos portugueses (com 14 pódios) e dois de vice-campeão do Mundo de Bajas”.
Por isso, quando soube da realização do Honda Off-Road Day 2025, soube de imediato que tinha de estar presente. “Porque isto é mais do que uma corrida, é um encontro entre apaixonados da marca, uma verdadeira reunião de família”. Uma família de que Rui ‘Panda’ faz parte há quase 30 anos e que quer continuar a integrar, sendo que, aos 60 anos, não esconde a “vontade de correr por mais algum tempo. Mesmo com uma paragem maior que o normal devido a um acidente no início deste ano que só permitiu regressar em Reguengos de Monsaraz, em meados de setembro, terminando em 4.º na classificação pontuável para o Campeonato Europeu de Bajas.
O que mostra o entusiasmo de um piloto que continua a sentir-se “fisicamente bem, em condições de competir” e que, “quando chegar a altura de deixar as corridas, a ideia é continuar a curtir com os amigos. Seguindo um pouco a teoria do caçador que sai para passear o cão e carregar a espingarda, ficando satisfeito mesmo quando não caça nada”.

“E, claro, gostaria de mais tarde, daqui a uns anos, puder estar presente num evento como este Honda Off-Road Day 2025 e poder partilhar as aventuras e desventuras. Como foi possível fazer aqui com o António Lopes, uma verdadeira referência no Todo-o-Terreno nacional, ao mesmo tempo que conversava com os miúdos (que já bem crescidos) do Salema ou do Amaral, além dos atuais pilotos da Honda. E para um amador poder participar neste convívio, estar perto destes pilotaços, é uma oportunidade imperdível. Realmente única”.

Afinal, conclui, “o Honda Off-Road Day 2025 é o tipo de evento que todas as marcas deveriam fazer e que, num futuro próximo, poderá ser alargado a trails e, porque não, um passeio misto porque a serra de Montejunto tem estradas fantásticas. Além, claro está, de trazer os putos para poderem rodar e divertirem-se em condições de segurança”.
Parte comercial surge de forma natural
Juntar a diversão com a paixão pela marca, o convívio com amigos e a vertente comercial parece algo perfeitamente natural a quem trabalha com a Honda todos os dias. Hélder Marques é o gerente da Mototur, concessionário da marca em Valadares (Vila Nova de Gaia) e “não podia faltar ao Honda Off-Road Day 2025, marcando presença com um grupo de amigos que gosta de andar em todo-o-terreno”.

No final de um dia bem passado e com a perspetiva de um ‘pit-stop’ na Mealhada para saborear o famoso leitão regional, não escondeu o regozijo perante um evento que “tem pernas para andar e, apesar de estar na primeira edição, já despertou muito interesse e entusiasmo nos presentes. Além de ser muito importante para a marca que, no passado foi líder no todo-o-terreno, podendo ser o início de uma mudança relevante”.

Uma associação comercial a um evento que “sendo para os pilotos e aspirantes, bem como as famílias e amigos, tem sempre uma vertente de divulgação dos modelos e pode mesmo funcionar como um campo de experiência para alguns”. Ou seja, “o Honda Off-Road Day 2025 foi garantidamente uma iniciativa de carácter familiar (não só com a família de cada um mas sobretudo com a Família Honda) mesmo se é quase impossível dissociar o apontamento comercial, o contacto entre potenciais clientes e as motos. Claro que isto é importante para um concessionário, até porque permite a quem está de fora perceber a força e os valores da marca”.


Assim, e além da grande diversão proporcionada ao longo de um dia a andar de moto, Hélder Marques ficou satisfeito “pela oportunidade de mostrar a novos clientes a qualidade das motos, ajudando a dar um passo decisivo para adquirir um produto Honda ou a reforçar a ligação com a marca. Até porque as pessoas gostam que as marcas criem eventos onde possam experienciar esse sentimento de pertença”
Salvador Amaral a pensar nos mais novos
Pelo mesmo diapasão afina Salvador Amaral reconhecendo que o Honda Off-Road Day 2025 “tem um grande significado, é de muita importância para quem está ligado a um concessionário porque consegue juntar muita gente à volta da marca, das nossas motos. Uma iniciativa excelente e um dia bem passado, com animado convívio entre todos pelo que, sem dúvida, é para continuar”.

Para lá do convívio, o piloto de raides e comercial da Wingmotor, reconhece a “importância da parte comercial num evento destes, porque quanto mais iniciativas houver maior conhecimento haverá e também mais pessoas a quererem ter uma Honda. E depois haverá mais pessoas a vir a estes eventos por terem uma Honda.” Ou seja, uma espécie de pescadinha-de-rabo-na-boca, relacionando o interesse dos motociclistas com o incremento de vendas e vice-versa.

Considerando que, “para uma primeira vez o Honda Off-Road Day 2025 esteve a um nível excelente, tudo impecável e muito bem organizado, havendo que dar os parabéns ao Pedro (Bianchi Prata)” Salvador Amaral gostaria de ver “uma categoria para os mais novos, com as CRF125 e 110 e, quem sabe, com as pequenas 50 cc. Seria uma enorme animação e uma festa de família ainda mais impactante”.

Para a história ficam os nomes dos mais rápidos da edição do Honda Off-Road Day 2025, com Diogo Salema a superar Duarte Inocentes e Jorge Cerca entre os amadores e batendo António Henriques e António Lopes na classe destinada aos Veteranos. Entre as Senhoras, Francisca Henriques mostrou toda a experiência e andamento adquirido no Nacional de Enduro e foi mais rápida do que Vasilisa Kubinets, e entre os Pilotos Federados, o pódio foi composto por Gustavo Gaudêncio, Ricardo Cupido (também o mais rápido entre as motos Clássicas) e João Duarte. Mas se ficou com a curiosidade aguçada e vontade de marcar presença na próxima oprtunidade não perca o vídeo do evento.
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