Na era da conetividade, onde tudo se passa a um ritmo alucinante, a Yamaha XMAX 300 Tech MAX acompanha a velocidade desenfreada dos dias que correm. Mas, ao contrário do que seria de supor, com uma inusitada serenidade, garantia de melhor e mais divertido aproveitamento do tempo. À eficácia dinâmica e segurança, junta argumentos de modernidade que são, cada vez mais, imprescindíveis numa scooter que quer continuar na luta pela liderança do segmento.
- Texto: Paulo Ribeiro
- Fotos Jonathan Godin e Alessio Brabanti
A importância da Yamaha XMAX 300 Tech MAX dentro da família de scooters da casa japonesa ficou bem expressa na matemática exposta durante a apresentação do novo modelo. Lançada em 2005 como a primeira scooter desportiva da marca, foi ganhando preponderância ao ponto de, entre 2020 e 2023, 61% das vendas de automáticas serem da família MAX. Números europeus para um produto que, em 17 anos e 4 gerações, viu serem matriculadas mais de 450 mil unidades no Velho Continente. E mais 150 mil em países do resto do Mundo
A irreverência aportada pela TMAX, em 2001, e pela XMAX, a partir de 2005, ganhou estatuto e qualidade premium, sobretudo com a criação das versões Tech MAX. Melhores acabamentos, mais funcionalidades e toques distintivos ditaram enorme crescimento de relevância dentro da gama entre 2012 (3%) e 2022 (54%).
Agora, em 2023, e mantendo a oferta de excelência em termos de produto e equipamento, a Yamaha XMAX 300 Tech MAX vê reforçados atributos de qualidade. Na estética, no comportamento e, sobretudo, na conetividade. Em suma, na capacidade de usufruir das deslocações quotidianas de uma forma diferente, mais divertida e económica. E sempre em total ligação com o mundo.
ADN urbano…
Sem esconder os traços genéticos, antes exibindo orgulhosamente o ADN familiar, a Yamaha XMAX 300 Tech MAX surge revitalizada. Com design mais agressivo, de linhas mais acutilantes, mas sem romper com um passado glorioso. Mas surge também com maneabilidade acrescida, no trânsito urbano como em pequenas viagens, mantendo as rodas ‘grandes’, de 15 e 14 polegadas, e performances de eleição. Um feeling que mescla atitude desportiva e sensação premium, sem rejeitar a inspiração na TMAX.
Estética que não deslustra em qualquer cidade, com linhas vincadas e desportivas, com uma dinâmica que converge na roda dianteira e que remetem para o boomerang que sempre marcou as MAX. Traços elipsoidais que, agora estão mais estreitos na zona dos joelhos e que unem mesmo à frente do assento, reforçando imagem de resistência estrutural. Além de, sendo mais estreitas, permitir acrescida agilidade, seguindo a filosofia do redesenhado assento. Ligeiramente mais baixo (795 mm) é, no entanto, 20 mm mais comprido, oferecendo mais espaço (785 mm) para condutor e passageiro.
E, sendo mais estreito na parte frontal, reforçar a confiança na condução e permitir um melhor apoio dos pés nas paragens. Além de um nível de conforto bastante elevado, reforçado pelo bem conseguido apoio lombar, que permitiu mais de 150 quilómetros, em todo o tipo de estradas, sem qualquer cansaço. Surpreendentemente esconde um espaço generoso (43,7 L), com capacidade para albergar dois capacetes integrais. Ou um capacete e uma pasta de computador, ou um saco de desporto.
Banco que nesta versão da Yamaha XMAX 300 Tech MAX é em couro, cosido com dupla linha oferecendo uma imagem premium. De maneira idêntica, prossegue nas almofadas que cobrem as tampas dos compartimentos frontais no mesmo material.
… de inspiração desportiva
Desenho retocado em prol de valores de agilidade e elegância, que casam na perfeição com a iluminação totalmente em LED. Do mais moderno farol que evoca a forma do X (de XMAX!, claro) às luzes traseiras, passando pelos piscas dianteiros. Que, abandonando a posição baixa e discreta, assumem maior preponderância na parte superior da carenagem, para acrescida visibilidade no tráfego citadino.
Carenagens mais envolventes, desenhadas para ampliada proteção aos elementos, e com um novo para-brisas. Que, tal como o guiador, pode ser ajustado em duas posições, com ferramentas é certo, mas de forma simples. Entretanto, ainda no posto de comando, nota para os dois espaços à frente dos joelhos, para guardar pequenos objetos. À direita, sempre aberto, prático em movimento, enquanto o da esquerda tem fecho central que permite deixar o telemóvel em carga na tomada USB.
Mas o grande destaque vai para a estreia do painel TFT de 4,2 polegadas, rico de informação e de compreensão intuitiva, mas com uma visibilidade que é muito prejudicada pelos reflexos. Um painel que oferece três verdadeiros modos de visualização, não apenas no ‘layout’, mas, mais importante nas informações proporcionadas.
Assim, o Tachometer permite ver as rotações do motor e, de forma gráfica muito bem conseguida, a abertura do acelerador. Entretanto, mudando para o modo Eco, é oferecido o consumo instantâneo, num gráfico de barras que permite ir gerindo o acelerador para exponenciar a autonomia. Por fim, no Speed é possível ver a velocidade instantânea e a relação com a velocidade máxima autorizada em cada local. Com efeito, através das indicações do smartphone conectado, um círculo vai crescendo em redor da indicação numérica da velocidade à medida que esta vai aumentando. Dessa forma, quando chega aos limites legais para a zona em causa, fica vermelho, alertando para os excessos e potenciais multas.
Janelão de conetividade
Para lá do painel de 4,2” existe uma janela LCD, colocada logo acima, com 3,2” de diagonal e que mostra a velocidade instantânea, os quilómetros percorridos e o nível de gasolina no depósito. Informações básicas que se revelam imprescindíveis quando pretendemos utilizar todo o potencial do ecrã TFT! Afinal este permite a ligação por Bluetooth ao smartphone, podendo, através da App MyRide conhecer e controlar muitas funcionalidades. Da distância percorrida à inclinação em curva, das acelerações à altitude, do tempo da deslocação à velocidade máxima e média. E até os consumos médios, aviso da próxima revisão e, imagine-se, o local onde a Yamaha XMAX 300 Tech MAX ficou aparcada!
Mas há mais, muito mais para descobrir nesta era da conetividade total. Afinal o sistema implantado pela Yamaha, de facílimo controlo com o polegar esquerdo através de dois botões, serve ainda como navegador. Assim, através da aplicação Garmin StreetCross e com a ligação ao telemóvel, é projetado um mapa no painel, com navegação controlado através dos mesmos comandos. Facilidade e sentido prático que é completado com a possibilidade de, com a instalação de auriculares no capacete, atender e fazer chamadas, ver e ouvir mensagens ou as indicações do GPS. Ou ouvir a sua música favorita, ou descobrir antecipadamente o estado do tempo na região para onde vai deslocar-se.
Estilo de vida dinâmico
Novidades pensadas para um estilo de vida que encaixa na perfeição com o cliente-tipo da Yamaha XMAX 300 Tech MAX, entre os 35 e 45 anos e adepto do estilo e tecnologia, sempre com elevada sensação de qualidade. Ou seja, um motociclista com experiência, que pensa na melhor mobilidade urbana com boa dose de versatilidade, procurando um veículo que permita algumas pequenas viagens. E que não dispensa ‘luxos’ como a Smart Key, as placas para os pés em alumínio, material idêntico ao usado nas hastes dos retrovisores, o banco em pele, os punhos específicos com gravação Tech MAX, as cores distintas ou os logótipos em metal Tech MAX.
Um utilizador que, naturalmente, não abdica da qualidade intrínseca de um veículo, patente na parte motriz e na ciclística. Onde, refira-se em abono da verdade, escasseiam as novidades fruto de uma bem comprovada base. Mantem-se o quadro que concilia a rigidez necessária para curvar a fundo em autoestrada ou vias rápidas, com a maneabilidade que garantiu grande facilidade nas curvas em redor do Lago Como. Como acontecerá nas recurvadas estradas de Sintra, da serra da Arrábida, ou na marginal entre o Porto e Entre-os-Rios.
Estabilidade vs. maneabilidade
Fácil de colocar em curva, oferece ainda elevada precisão graças ao ‘grande’ diâmetro das rodas, com 14 polegadas atrás e 15” na dianteira. Com ajuda do elevado ‘grip’ dos pneus Michelin City Grip 2, nas medidas 120/70 e 140/50 atrás, refira-se. Além de uma distância entre eixos de 1540 mm, apenas superada pela TMAX (1575 mm) e pela Teneré 700 World Raid (1595 mm).
Ponto menos positivo da ciclística está centrado no amortecimento traseiro, com dois amortecedores muito duros e ‘saltitões’, sendo notória a escassa capacidade de recuperação. Bem melhor, a forqueta dianteira KYB com 110 mm de curso, semelhante a uma moto e com duas mesas de fixação. Permite bom controlo da direção, elevada rigidez e boa leitura da estrada. E isto, saliente-se, mesmo nas travagens em curva. Isto porque das conversas com utilizadores da Yamaha XMAX 300 Tech MAX resultou uma revisão em pontos muito específicos…
Como foi o caso do sistema de travão dianteiro, com disco de 267 mm de diâmetro, criticado pela extrema dureza de acionamento na versão anterior. Pois bem, os técnicos olharam para o problema com atenção e criaram nova desmultiplicação, com manetes que são ligeiramente mais compridas e permitem maior curso. Atrás, foi ainda aumentado o comprimento do tubo do líquido de travagem e trocadas as pastilhas. O resultado é um feeling muito melhor e uma potência isenta de críticas. Mesmo se em pisos de aderência duvidosa, o ABS aparece por vezes antes de ser convidado. Sensação de elevada segurança que é reforçada pelo omnipresente controlo de tração.
Motor divertido… mas de serena economia
Sem grandes críticas passa também o motor. A unidade Blue Core de 292 cc manteve-se inalterada, com uma potência máxima de 28 cavalos (às 7250 rpm) e um binário de 29 Nm (5750 rpm). Motor que, sem ser um portento nos primeiros metros, mesmo sem a explosividade das mais rápidas 125 cc, é bastante divertido. Acelera de forma decidida e muito constante, é isento de vibrações e, não menos importante, bastante económico. O consumo anunciado para a Yamaha XMAX 300 Tech MAX é de 3,0 litros por cada centena de quilómetros percorridos em condições ideais e, ao longo de um teste intenso, o computador de bordo marcou 3,3 L/100 km. E sempre em ritmos muito divertidos, sem preocupação com os gastos na bomba de gasolina…
Onde dificilmente conseguirão abastecer os 13,2 litros que o depósito comporta e que, em condições normais, darão para uma semana de trabalho e ainda umas escapadas. Ao final da tarde ou mesmo um fim de semana a dois.
Com chegada programada ao mercado nacional no mês de julho, a Yamaha XMAX 300 Tech MAX estará disponível em Dark Petrol e Tech Black, com um preço de 7300 €. E uma enorme lista de acessórios, que podem ser adquiridos individualmente ou agrupados nos packs Sport, Urban ou Winter. Com a mesma base técnica, mas um nível de equipamento de sentido mais prático e menos luxuoso, estará disponível a versão standard, que custará 6495 € com decorações em azul Iconic e cinzento Sonic. Em comum, além de um design moderno e dinâmico, valores de elegância, performances e funcionalidade.