Com a renovação da Yamaha NMAX 125, a marca japonesa reforçou o estilo dinâmico e a presença física mais desportiva que a distingue das outras scooters da gama. Referência incontornável no segmento líder de vendas em Portugal, ganhou também uma versão premium: a Tech Max.
- Texto: Alberto Pires
- Fotos: Yamaha
Nascida em 2015, a Yamaha NMAX 125 rapidamente justificou a diferença para as outras propostas da marca e não só. Os seus atributos dinâmicos, subinhados através de uma presença distinta face às restantes, eram resultado de uma tecnologia mais avançada.
Sofreu uma evolução significativa em 2021 e, para 2025, ganha um novo impulso. Para isso, foi associada, de forma ainda mais evidente, às características distintivas da linha desportiva da Yamaha. Fazendo assim sobressair o seu potencial desportivo e a qualidade premium. É neste ambiente que surgem as NMAX 125 e NMAX 125 Tech MAX.
Certamente que, com a Yamaha NMAX 125, a marca pretende acrescentar uma nova dimensão à classe Sport Scooter. E alargar a oferta disponível, com vista a cativar um grupo mais amplo de utilizadores. O design evoluiu para um estilo mais desportivo, recuperando parte do património genético oriundo da TMAX. Que é identificado por uma equilibrada conjugação da presença desportiva sem colocar em causa a fundamental comodidade e economia na sua utilização.
Inovação estética
É no design dos seus componentes que se encontram as maiores alterações. Os novos faróis de dupla ótica com piscas em LED integrados, complementados por uma luz de presença em LED, conferem à Yamaha NMAX 125 uma presença forte e dinâmica. A carenagem renovada adiciona-lhe um visual mais estilizado, compacto e desportivo. E na parte dianteira procurou-se que o pára-brisas desportivo afastasse o vento do condutor, tornando a utilização mais confortável.
Recurso igualmente valorizado, a Smart Key facilita a utilização ao eliminar a necessidade de inserir a convencional chave na ignição. E o carregador USB-C no compartimento dianteiro esquerdo assegura que os seus dispositivos estarão sempre carregados. No lado direito outro espaço, para pequenos objectos, desta feita com fecho e estanque.
No capítulo da ciclística mantém-se a qualidade da versão anterior. Os discos dianteiro e traseiro são de 230 mm de diâmetro – ambos com ABS – e para a eventualidade de encontrarmos uma zona com aderência limitada podemos sempre contar com um Sistema de Controlo de Tração (TCS), que ajusta automaticamente o nível de potência à roda traseira. As jantes de liga leve de 13 polegadas estão equipadas com pneus Dunlop Scootsmart, na traseira de 130/70-13 e na dianteira de 110/70-13. A suspensão dianteira é igual à anterior e a traseira tem agora mais 6 cm de curso.
O motor é quase igual ao anterior, sendo apenas revisto em pequenos detalhes estruturais. A base assenta na tecnologia Blue Core da Yamaha, cumpre as normas EURO5+ e está equipado com a tecnologia Start & Stop, ajudando assim a minimizar o consumo de combustível, as emissões e os custos de utilização. A Yamaha estima que os 7,1 litros de capacidade do depósito de combustível permitem fazer mais de 300 km, uma distância confortável entre cada reabastecimento.
Uma questão de prioridades
São muitas as famílias de utilizadores de scooters, cada uma com necessidades e razões diferentes para a sua escolha enquanto veículo citadino. São também distintos os meios em que a vão utilizar, desde o ambiente meteorológico à geografia, passando naturalmente pela especificidade da cidade, das características do trânsito e do tipo de vias.
Julgo, contudo, que a característica fundamental universal de uma scooter é a sua facilidade de utilização. Ora, esta NMAX nasceu com o propósito de a situar dentro de um conceito, ou família, iniciada com a T-MAX no ano 2000, incorporando de alguma forma a imagem desportiva e exclusiva que entretanto evoluiu e se afirmou no seio da Yamaha. Cumprir este objectivo com o requisito geral exposto inicialmente tornou-se seguramente um desafio.
À primeira vista são perceptíveis as alterações ao design, apesar da cor preta mate não favorecer graficamente a separação dos vários elementos. Nota-se que está mais alta, apesar da dianteira o ser apenas mais 4 cm, e o banco 5 cm. Uma sensação amplificada pelo redesenho da traseira onde as luzes já não contribuírem para esse volume visual.
A tomada em mãos não apresenta dificuldades e colocamos os dois pés bem assentes no chão. O banco é esguio e bem desenhado, sendo um elemento que não foi aproveitado esteticamente. Isto porque não existe qualquer separação no seu revestimento, acabando por passar despercebido. O farol dianteiro também sofre nesta versão preto mate. E se a luz de presença tem uma assinatura luminosa bonita, o restante conjunto torna-se quase anónimo, apesar de ter elementos distintos para máximos e médios em LED. As luzes de mudança de direção estão colocadas no seu prolongamento inferior, enquanto as luzes traseiras destacam-se bem, lembrando o seu desenho uma versão desportiva da AMG.
Sentido prático
O tato dos comandos é muito agradável, a borracha dos punhos suave, as manetes estão bem colocadas e as funções em ambos os satélites acionam-se com separação e pressão adequadas. Os reservatórios de óleo dos travões estão bem integrados e o centro do guiador foi envolvido como se de um volante de automóvel se tratasse. É seguramente um elemento que contribuirá para dar as boas vindas ao segmento dos utilizadores provenientes do setor automóvel.
A Smart Key acrescenta praticidade mas, provavelmente por falta de rodagem, o manípulo que seleciona as diferentes funções obriga a alguma força e jeitinho. Levantando o banco recordamo-nos que o seu espaço e forma nunca foi uma das sua vantagens. É curto e temos que dar algumas voltas ao capacete, mesmo sendo aberto, para encontrar forma de o guardar. Como a tendência nos capacetes integrais é para o aumento do seu volume exterior, seguramente que numa próxima evolução a Yamaha irá rever esta limitação.
Chegado o momento de a colocar em funcionamento, vamos perceber o que vale em cidade. Se tivéssemos que definir numa palavra este motor, seria suavidade a escolhida. Pouco se faz sentir, tanto no som dos escape como nas vibrações que produz. Da mesma forma, o arranque mantém esse registo, fluindo como se arrancássemos numa descida acelerando ligeiramente, e depois vai aumentando a velocidade. Mas sem estados de espírito, sem zonas indecisas ou acréscimos de energia. Esta forma de estar não significa que seja lento, já que os 12 cv que debita às 8.000 rpm e os 11 Nm às 6.000 rpm integram-no no topo da categoria, garantindo a performance. Trata-se apenas do resultado de uma excelente gestão da sua expressão motriz.
Comportamento desportivo
O ligeiro aumento de 5 cm na altura do banco foi compensado através de um aumento semelhante do curso da suspensão traseira, que o ajuda a absorver. Mas sente-se que o seu comportamento tende para o lado desportivo, ou seja, as suspensões afundam pouco e são mais secas quando o piso não é regular. Esse comportamento é mais evidente quando passamos pelas ondulações tendentes a reduzir a velocidade em cidade, sobretudo na traseira. De igual modo, debaixo de forte travagem, nunca sentimos a pancada por termos atingido o seu limite de curso.
A travagem dianteira tem potência suficiente e é bem doseável na manete, estando o ABS muito bem calibrado, não entrando em ação facilmente. Para o fazer temos mesmo que o provocar, replicando o que acontece quando nos assustamos, e mesmo assim recupera sem alongar demasiado. Já o travão traseiro, apesar de igual nas caraterísticas, não revela a mesma potência e o ABS entra facilmente em ação, sentindo-se a manete esquerda aos saltos durante a sua intervenção.
O tricotar no trânsito é feito sem dificuldades, não sentindo que a largura e altura do guiador gerassem conflito com os espelhos alheios. O acerto desportivo das suspensões nota-se sobretudo no reduzido afundar da roda dianteira nas rotundas. Onde o Dunlop Scootsmart passa por dificuldades na procura da aderência, sobretudo ao passar nas faixas brancas para peões. Quantos aos espelho, a fluidez das linhas desportivas estendidas aos espelhos colocaram a zona estreita, com menos campo de visão, na sua extremidade. Como consequência, torna-se mais difícil ter a certeza que podemos mudar de faixa, obrigando a jogar com a posição da cabeça para uma leitura mais abrangente.
Surpreendente em estrada sinuosa
O lado desportivo desta Yamaha NMAX 125 revela-se em estrada, gostando de curvas e travagens em apoio. Quanto mais revirado for o trajeto maior é a emoção. Só nestas condições é que nos apercebemos da amplitude de funcionamento das suspensões e não se sente que ciclisticamente torça. Ou que a exigência a que a submetemos contamine a compostura. O acerto do ABS permite explorar a estabilidade e a progressividade do motor ajuda à previsibilidade das reações. Nunca me tinha divertido tanto numa estrada de montanha sinuosa e com bom piso. Principalmente numa scooter com esta cilindrada, o que valoriza ainda mais o momento. Os Dunlop estiveram à altura da exigência e as extremidades do cavalete central atestam-no!
À vontade em autoestrada
Se visualmente a proteção aerodinâmica prometia, afirmou-a devidamente em autoestrada. A zona dianteira não é muito larga mas é um facto que as pernas vão protegidas e não sentimos o “ar condicionado” apontado aos joelhos. A largura do estrado é também suficientemente largo para proteger os pés, tanto do vento fresco como da água suja projetada nos dias chuvosos. Por último, e sem as dimensões de um vidro turístico, confirma-se que a altura do ecrã é suficiente para desviar uma parte substancial do vento. Cumprindo assim a sua função sem comprometer a imagem desportiva que pretende transmitir.
Gostei muito, também, do alongamento do motor. Não tendo uma limitação eletrónica da velocidade máxima, estica em função do que o declive da estrada permitir. Mas não é obrigatório que seja pronunciado para se conseguir marcar 120 km/ no velocímetro digital. Esta informação é a que tem maior dimensão no painel de instrumentos, que é pequeno, disfarçando as suas dimensões
através de informações complementares distribuídas ao seu redor.
Distinção reforça elegância
A nova Yamaha NMAX 125 chega enriquecida com uma versão denominada Tech Max. Foi a forma criada pela Yamaha de oferecer duas versões. Uma capaz de cumprir integralmente os requisitos dinâmicos exigidos. A outra mais requintada, tecnologicamente mais evoluída, destinada a um cliente que está disposto a pagar mais por uma presença diferenciada.
Vai estar disponível em duas cores distintas, Ceramic Gray e Dark Magma, com acabamento requintado. O painel de instrumentos é composto por dois ecrãs. Um TFT de 4,2” complementado no topo por um LCD de 3,7”, permitindo um nível de conectividade muito superior. Descarregando a aplicação Yamaha MyRide para o seu smartphone, é possível ver as notificações de chamadas, e-mails e SMS recebidas no painel principal. Distinto ainda o assento formado por um banco duplo de alta qualidade, com uma capa preta especial imitando a pele, com pesponto dourado e detalhes em camurça. Ou seja, uma verdadeira versão Premium!
A versão NMAX 125 Tech MAX vai estar disponível nas cores Ceramic Grey e Dark Magma, realçando a sua qualidade.
A gama de acessórios foi aumentada, estando dividida em quatro vertentes, Urbana, Inverno, Desportiva e Fundamental. Ao todo são 34 elementos, permitindo melhorar a utilização em função das necessidades individuais.
A Yamaha NMAX 125 estará disponível na rede de concessionários a partir de janeiro de 2025 e a NMAX Tech MAX a partir de maio de 2025, sendo anunciado o seu custo de aquisição durante o mês de dezembro.