Taça Yamaha Gauloises RD350: uma molhada de ação e talento a dois-tempos

Corria o ano de 1981 quando a Yamaha-Sonauto, com o patrocínio de uma tabaqueira alusiva aos compatriotas de Astérix, lançou uma fórmula de competição acessível e que trouxe para as pistas alguns dos melhores talentos que surgiram no país do hexágono e por toda a Europa.

  • Texto: Fernando Pedrinho
  • Fotos: Yamaha

O importador francês da marca dos três diapasões lançou uma fórmula que durou vários anos, com base numa moto que fez parte dos imaginário e desejo de toda uma geração: a RD350LC. O sucesso foi tal que quase todos os países europeus tiveram a sua Copa RD350, desde o Reino Unido à Alemanha, passando pela Suíça e Espanha, Países Baixos, Suécia, Dinamarca, Bélgica e Finlândia, que culminava com uma grande final Europeia. Extra Velho Continente, O Brasil e o Canadá acolheram com grande popularidade este troféu dedicado à, porventura, mais popular e emblemática dois-tempos de estrada produzida pela casa de Iwata.

Simplicidade

Grande parte do sucesso passou pela acessibilidade, já que as modificações permitidas não eram muitas: remoção da iluminação, poisa-pés do passageiro, descanso lateral, mas com a obrigação da montagem da semi-carenagem e spoiler de motor. Os pneus autorizados eram os Dunlop K181.

A maior ‘cenoura’ no final do troféu, pelo menos na versão francesa, era o prémio atribuido ao vencedor, ao qual era dado o acesso ao campeonato europeu de velocidade com uma Yamaha TZ da equipa de Patrick Pons. No ano de estreia, o feliz contemplado foi Thierry Rapicault, que no europeu do ano seguinte alcançou um incrível vice-campeonato atrás do já desaparecido Reinhold Roth, alcançando mesmo um pódio no GP de França (250cc), em 1983.

Um português pelo meio

Natural de Viana do Castelo mas a viver no sul de França, a presença de um português no ano de estreia não podia deixar e acontecer. Conhecido campeão nacional e piloto do mundial de resistência pela Suzuki Shell, Alexandre Laranjeira (https://motox.pt/alexandre-laranjeira-uma-paixao-pelas-pistas-que-nao-se-esgota/) esteve na edição inaugural de uma fórumla que durou, na Europa, até 1986 e que, entre outros deu a conhecer nomes como os de Frédéric Protat ou Jean-Philippe Ruggia, o primeiro piloto a curvar com os cotovelos a rasparem no asfalto, sem esquecer Nial Mackenzie, Ray Swann, Kenny Irons, ou nosso colega Mat Oxley.

Mais tarde, a Sonauto esteve na origem da TDR Fun Cup, com um registo diferente ao optar por uma verdadeira supermoto como era a TDR250, com o motor baseado no bicilindrico paralelo da TZR250.

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