Scott Redding: passar o dia a ‘mapear’ ressaltos

  • Texto: Fernando Pedrinho
  • Fotos: Aruba.it Ducati

– Como foi Scott?

O quê?

– Com a moto…

Ah… sabes, agora tenho de ter cuidado com o que respondo pois estou noivo! E vocês podem ter uma interpretação diferente.

Foi assim que começámos a conversa com o homem do momento, depois de a BMW Motorrad ter anunciado a sua contratação para 2022, onde correrá ao lado de Michael van der Mark.

Redding estava contente com a sua Panigale V4R e acabou por rodar em pista mais tempo que o previsto. “Só queria estar em pista o que é bom porque significa que te sentes confortável na moto”, disse num tom mais sério. De tal maneira que acabou a sessão da tarde a imitar o pedalar numa bicicleta, aproveitando a inércia para chegar à boxe, pois havia ficado sem gasolina. “A minha equipa mostrou-me a placa para entrar, mas pensei: que se f***! Dei mais mais uma volta e fiquei sem gota”.

Mas o que interessava saber era como está o ambiente na boze, agora que a mudança para a marca alemã foi anunciada. “Está tudo igual”, rematou. “Ainda aqui estou para fazer o trabalho para a Ducati e eles cá estão para me apoiar nessa missão. Nada mudou. A marca quer tanto ganhar esta contenda como eu e é isso que importa. Vai ser dessa forma até ao final da temporada. Ontem foi anunciado qual o meu futuro, mas hoje apenas me importa a Ducati. Não quero falar de BMW, se isto, se aquilo, e não vou responder a questões sobre a próxima época quando ainda estou a defender as cores de outro fabricante. Percebo que seja a notícia do momento mas espero que todos já tenham falado sobre ele e digerido o tema, mas voltamos a falar sobre a BMW depois da última corrida. E agora não perguntas mais nada? (risos)”.

Sobre o tema da iregularidade da pista, Redding confirmou que “sabíamos que era assim, irregular, pois já cá tínhamos estado a testar. É igual para todos, mas nada fantástico quando a pista tem tantas bossas. Mas tento ver as coisas de outra perspetiva e acho que dá caráter à pista. Tens de tentar contornar a bossa e mapeá-las, por isso passei tanto tempo em pista. Divirto-me mais assim do que na m*** de Jerez, cujo asfalto é perfeitamente plano. Tens de trabalhar isso, mas a curva quatro é particularmente agressiva. Contudo, os ressaltos estão lá e não só para alguns: estamos todos no mesmo barco”.

A segurança do circuito não é motivo de preocupação para o britânico. “Não notei nada de alarmante, com exceção da última direita antes da esquerda longa em que vejo a parede na travagem, do lado esquerdo e dá alguma preocupação no caso de perder a frente. O que me preocupou foi ver as motos da ‘ESBK Legends’ em pista, quando vi passar uma junto à ‘Hospitality’ e que deitava óleo por todos os lados. Não me parece muito inteligente colocar estas motos antigas em pista quando tens uma prova do Mundial a decorrer”.

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