A relação entre a potência e o número de cilindros

Texto: António Nicolau

É um dado adquirido por todos os motociclistas que, para a mesma cilindrada, quanto maior for o número de cilindros de um motor, mais elevada será a potência. Mas quais são os reais motivos que justificam essa relação?

Aparentemente a determinação da potência de um motor não depende do número de cilindros, de facto, a fórmula para o seu cálculo é dada pelo produto do binário pela velocidade de rotação [Pot = T x rpm]. Como o binário depende da PME (Pressão Média Efectiva e da cilindrada, a fórmula pode ser reescrita [Pot = PME x cilindrada x rpm].

Uma análise, atenta e individual dos termos, mostra que o número de cilindros é efectivamente considerado (sempre que se mantenha a cilindrada constante) apesar de não aparecer explicitamente.

O regime de rotação é fundamental na obtenção de potência de um motor, mas existe um limite para o seu aumento (não devendo ultrapassar um determinado valor) devido às solicitações mecânicas. Este parâmetro é caracterizado pela VMP (Velocidade Média do Pistão).

Se considerarmos dois motores, com a mesma cilindrada total e igual razão diâmetro/curso, é evidente, que aquele com maior número de cilindros, terá um curso menor. Como consequência, para o mesmo regime de rotação tem uma VMP inferior. Isto equivale a dizer, que pode atingir uma maior velocidade de rotação para a mesma VMP. E aqui se situa a vantagem dos motores fraccionados, podem atingir rotações mas elevadas, com o consequente aumento da potência obtida.

Este aumento deve-se, principalmente, ao aumento da superfície total dos pistões. A tabela 1 compara motores de 600 cc, com um número de cilindros de 1 a 4 (desde que se mantenham constantes a PME, a razão diâmetro/curso e a VMP).

Agora é fácil de compreender, porque é que os regulamentos técnicos de campeonatos, com categorias derivadas de motos de série, estabelecem diferentes cilindradas para motores com um número de cilindros diferente. É a tentativa de introduzir, logo à partida, um factor de correcção que equalize as performances das motos, aumentando a cilindrada na razão inversa à diminuição da superfície total dos pistões.

Também comercialmente, e por razões semelhantes, as marcas com modelos concorrentes, no seu posicionamento no mercado, apresentam motores com cilindradas distintas.

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