Pela Serra de Arga na estreia da Honda Rebel da Filipa

  • Texto e fotos: Jorge Casais
  • 29.01.2023

Hoje foi um dia especial pois foi a estreia da mota da Filipa, uma Honda CMX500 Rebel adquirida na MOTOCAR, como não podia deixar de ser. Claro que tendo sido adquirida na passada sexta-feira não descansei enquanto não fossemos os três dar um giro, a Filipa, o Marcelo e eu.


Não existe descrição para este momento, recebemos a moto e vamos sair pelo concessionário fora a rolar.

Hoje foi um dia especial pois foi a estreia da mota da Filipa, uma Honda CMX500 Rebel adquirida na MOTOCAR, como não podia deixar de ser. Claro que tendo sido adquirida na passada sexta-feira não descansei enquanto não fossemos os três dar um giro, a Filipa, o Marcelo e eu.

Mas isto foi na sexta-feira porque hoje, domingo, a manhã planeada foi para rolar por terras minhotas, mais concretamente, pela lindíssima Serra da Arga, suas aldeias, paisagens e estradas.

Quer a Filipa quer o Marcelo ainda não tinham para aqui vindo de moto, pelo que achei ser um local apropriado para a Filipa estrear a sua Honda Rebel.

O ponto de encontro foi na casa da Filipa e por volta da 08h45m estávamos a rumar em direcção à A28.

Ao rolar na A28 senti algum desconforto provocado pelo frio e pensei, se eu estou assim como estará a Filipa que nem sequer tem protecção frontal com uma viseira nem tão pouco punhos aquecidos…

Tinha planeado esta paragem na estação de serviço da CEPSA na A28 e por volta das 09h30m estávamos a entrar na mesma. A paragem seria apenas para meter “gota” na Honda Rebel e na T7.

Francamente nunca pensei que chegasse a colocar a hipótese de cancelar este passeio devido ao frio que se fazia sentir e, principalmente, por causa da Filipa que deixava de ser um passeio para ser um sacrifício. Pois foi o que aconteceu enquanto estivemos para aqui parados.

Chegamos a ponderar ir até Viana do Castelo, parar no Natário para degustar as deliciosas Bolas de Berlim, depois seguir até Fão, para comprar umas Clarinhas para levar para casa e terminar a manhã no cais de Gaia.

Felizmente que tivemos a ideia de experimentar ir andando e ir vendo como é que a Filipa aguentava o frio. Quando saímos de estação de serviço, por volta das 09h30m, decidi que iria abrandar consideravelmente o ritmo, pois poderia ser que desta forma se aguentasse melhor o frio.

Meti o “cruise control” a 70km/h e lá fomos nós estrada fora. Grande decisão, pois conseguimos rolar toda amanhã sem grande stress. Depois de deixar a A28 entramos na A27 para sair na porta 3 em direcção a Estorãos. Esta foi a primeira paragem planeada, pois de mota seria a primeira vez que os meus parceiros aqui vinham de mota.

Lembro que Ponte de Lima fica a cerca de 7 km de Estorãos e que esta freguesia é lindíssima e tem muito para ver e visitar. Sem dúvida que o conjunto formado pelo Ribeira de Estorãos, o Moinho e a Ponte Romana são um dos pontos altos desta localidade.

Viver para aprender. Já por aqui passei dezenas de vezes e foi preciso vir o Marcelo para me informar que é possível alugar o Moinho, pois desde 1982 que é Turismo de Habitação.

Fiquei também a saber que este moinho chegou a pertencer ao Conde de Bertiandos tendo vendido o mesmo a uma família da zona nos finais do séc. XIX.

Como o fiz em outras memórias recomendo vivamente a visita a este local e, claro, a Estorãos. Na minha opinião, não se dá o tempo por perdido. Bem pelo contrário.

A meio da ponte existe um Cruzeiro de Pedra e no final da mesma, quem vem dos lados de Ponte de Lima, umas Alminhas.

Muito embora esta ponte tenha uma origem Romana sofreu, ao longo da sua existência, várias obras de requalificação ou melhoramentos. Partilho um link onde julgo estar bem explicada a evolução desta ponte.

https://www.visitarportugal.pt/viana-castelo/ponte-lima/estoraos/ponte-romana

E não faltaram as fotos familiares. Obrigado Marcelo.

Fico sempre contente quando levo alguém comigo e sinto que esse alguém está a curti o passeio ou o local onde paramos. Foi exactamente isso que sento quando aqui paramos neste local idílico.

Depois desta paragem e de termos concordado que a velocidades baixas o frio até era suportável lá decidimos então continuar em direcção à Serra de Arga.

A CM1228 foi a estrada que nos “tirou” de Estorãos e nela seguimos até chegar a Pica. Logo a seguir rumamos pela esquerda e seguimos pela CM1354.

Esta última estrada, toda ela em subida, é soberba pela paisagem, mas também pelas curvas e contracurvas que vamos atacando … mas sempre com calma, para saborear todos os centímetro e segundo percorridos.

De vez em quando olhava pelo retrovisor e conseguia ver a enorme satisfação da Filipa neste seu novo maquinão. Ainda havemos de fazer grandes viagens os três. Talvez a primeira seja a EN2.

Entretanto estamos a chegar à Aldeia de Arga de Cima mas uma paragem é obrigatória quando encontramos a placa que nos dá as Boas Vindas.

Nesta altura andávamos a cerca de 560 metros de altitude e que a altitude máxima anda pelos 825 metros, podemos dizer que estávamos mais ou menos a cerca de 70% desta altitude que fica lá para os lados da Nossa Senhora do Minho, mas concretamente no Alto do Espinheiro.

Tenho ideia que é possível chegar a este Alto do Espinheiro com uma mota apropriada para engolir trilhas e, claro, um bom kit de unhas. Um dia vou-me pôr a inventar e com a companhia certa…

E eis-nos chegados a Arga de Cima, terra que visitei recentemente: 31.2022 Aldeias de Portugal – Passagem, S. João da Arga, Arga de Baixo e Arga de Cima

https://1drv.ms/w/s!AlkEIhTyQKB5jewsEo0Oa44B3-x0Gg?e=2F5gdS

Nos passeios com a Filipa não me recordo de ter passado bem pelo interior de uma aldeia. Se for verdade então esta foi a primeira e posso dizer que a Filipa teve sorte pois Arga de Cima é de uma beleza incrível.

E a sorte esteve do lado dela pois andamos a conviver com uma manada de vacas, vitelos e um boi … e bem de perto.

Estes momentos são sempre únicos, mas ao passar pelo meio destas manadas temos sempre de ter muito cuidado, especialmente com os vitelos que facilmente se assustam e mudam de direcção.

Partilho que visitei Arga de Baixo no mesmo dia que visitei Arga de Cima em 31.12.2023. A memória enquanto passava por esta aldeia ainda estava bem fresca pelo que não me foi difícil visualizar todas aquela ruas e ruelas pelas quais passei

De volta à EM552 seguimos agora em direcção à outra aldeia Serrana, a Aldeia de Arga de Baixo. Neste caso apenas passamos ao lado, mas deixei a promessa de um dia também a visitar pelo seu interior.

Saímos da aldeia em modo de subida e…

… decorridos cerca de 2 km decidi parar de forma a que os meus parceiros de passeio pudessem apreciar a paisagem a partir deste ponto. Claro que mais uma vez fiquei feliz por saber que ambos estavam a adorar o passeio, mesmo com aquele frio nas mãos, pela serra de Arga e suas aldeias.

Eu poucas fotos tirei a partir deste ponto, apenas duas e que são as que partilho abaixo, mas apercebi-me que quer a Filipa quer o Marcelo capturaram este spot pela lente dos seus telemóveis com muito mais cuidado e em maior quantidade.

Este é um ponto de paragem, pelo menos para mim, obrigatório e com uma dia como de hoje conseguimos ver até bem longe.

Borrachas de novo no alcatrão e lá continuamos a subir até atingirmos os 550 metros de altitude. A partir daqui começamos a descer para outro ponto alto deste passeio e que nem a Filipa nem o Marcelo conheciam. Fomos visitar o Mosteiro e Santuário de São João da Arga.

Tal como já o fiz noutras memórias de passeios recomendo a visita a esta “preciosidade”.

Mas ainda antes de chegar ao Mosteiro temo ainda para nos cruzarmos com um grupo de motociclistas que nos assinalaram que iríamos ter gelo na estrada. Não imagino quem sejam, mas agradeço o gesto.

Estes momentos de Companheirismo e Solidariedade vividos neste mundo das motas é incrível, pois é transversal a esta planeta terra onde vivemos.

Isto acontece porque talvez tenhamos a noção de que tudo o que nos aconteça em cima das nossas motas se possa tornar em algo mais sério… Vai de retro satanás, vamos deixar estes pensamentos filosófico negativos para outra altura ou até nenhuma, pois não faz parte da minha forma de ser.

Voltando ao Mosteiro partilho algumas fotos do mesmo e, desta vez, do interior da Capela o que se bem me recordo só aconteceu uma vez das várias vezes que por aqui passei.

O interior bem simples desta capela está, no entanto, recheado de fé. São milhares de peregrinos que aqui se deslocam ao longo do ano com especial destaque para a romaria dedicada a São João baptista todos os dias 28 e 29 de Agosto. Existe até um ritual secular e curioso que os peregrinos ainda hoje mantém bem vivo. Depois de aqui chegarem, dão três voltas à capela e entregam duas esmolas uma a São João baptista e outra ao Diabo. A isto é o que eu chamo estar de bem com Deus e com o Belzebu. Eheheheh. Não vá o satanás tecê-las.

Ficámos os três impressionados com a coragem dos escuteiros que passaram aqui a noite. De certeza que deverão ter apanhado temperaturas negativas.

Bolas é preciso ter coragem, primeiro de vir acampar e segundo de o fazer com este frio de rachar lenha.

O nosso próximo destino de paragem estava a cerca de 15 km do Mosteiro e as estradas, aldeias e paisagens pelas quais passamos são um trinómio que não me canso de percorrer e que, mais tarde, foi corroborado pela Filipa e Marcelo que também gostaram imenso.

A castanho os tais 15 km entre o Mosteiro e os Moinhos de Água de Espantar.

Mas até lá chegar passamos por uma casa florestal abandonada situada num local paradisíaco …

… vemos de cá de cima da estrada a aldeia de Arga de São João … e, já agora, este é um spot onde, sempre que por aqui passo, gosto de parar e ficar por aqui a apreciar a paisagem durante uns minutos.

Passamos por uma linda cascata de Trás de Ancora onde recomendo a paragem para ver a mesma com pormenor. Na foto abaixo não dá para ver lá muito bem, mas que é muito bonita isso é.

Se até aqui viemos em modo de descida pela EM526, passada a cascata entramos em modo de subida pela mesma estrada EM526.

E chegamos ao nosso último destino, aos tais moinhos de Espantar.

Uma das vezes aqui estive foi com o Paulo Faia em 11.02.2022. Partilho o link para aceder à memória do passeio desse dia.

https://1drv.ms/w/s!AlkEIhTyQKB5jecAmVW_k2K8QbbY6A?e=weHzvt

E não muito longe daqui temos o Restaurante Caçana.

Claro que paramos aqui para tomar um pequeno-almoço e almoço antecipado ao mesmo tempo. Era aquela hora que não é nem deixa de ser. Isto é eram cerca das 11h30m quando aqui chegamos.

Neste restaurante são famosos o Champarrião, as sandes de presunto e queijo, os rojões à moda do Minho, Caracóis, etc… e a paisagem que temos a partir da explanada convida mesmo a passar aqui algum tempo.

Barrigas cheias, borracha no alcatrão e lá fomos pela EM526, A27 e A28.

Tinha planeado ir até à praia do Rodanho, mas aqui chegado depressa perdemos a vontade de a ir conhecer, pois teria que andar ainda um bom bocado e o relógio estava a contar para virmos para casa. Coitado do Ruki, provavelmente já com alguma vontade de vir à rua fazer as suas necessidades.

Na imagem abaixo a tal ida pela vinda … para nada. Eheheheheh.

O regresso foi depois desta ida pela vinda feito pela EN13, mas claro que passar em Fão e não trazer umas clarinhas é como ir a Roma e não ver o Papa.


E assim ficou mais uma manhã de passeio com a Filipa e o Marcelo.

Espero que tenham gostado da manhã … eu adorei.

Vídeo:

https://youtu.be/sQPtkfjz94I

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