R1 de ‘Superbike’ estreia aerodinâmica distinta

Texto: Fernando Pedrinho

Imagens: WorldSBK e Fernando Pedrinho

Se ainda há dias vimos o que a Kawasaki experimentou na sessão de testes de Portimão, o regresso às pistas das R1 da Pata Yamaha e GRT para os primeiros testes deste ano, em Misano, também se viu coroado de novidades na área aerodinâmica.

Quando as YZF R1 oficiais de Toprak Razgatioglu e de Andrea Locatelli sairam das boxes, debaixo do sol que banhava o circuito Marco Simoncelli, as novidades na frente eram por demais evidentes. Também as de Garrett Gerloff e Khota Nozane – que se ‘entreteve’ a readaptar à YZF R1, depois de ter estado como piloto de testes no circuito de Losail, com a M1 de fábrica ao lado do outro ensaiador oficial, Cal Crutchlow – evidenciaram a mudança junto à tomada de ar do sistema de pressurização da injeção.

Na versão ensaiada nos testes que se seguiram à prova do Estoril, de 2020, a frente da R1 era bem mais simples do que a agora vista em Misano

A alteração mais evidente reside nas extensões para diante que ladeiam a abertura central do frontal da R1. Lateralmente, e num plano inferior, mantêm-se os entalhes laterais que dão lugar à geração de umas ‘micro-aletas’ que se estendem longitudinalmente. Por outro lado, há agora um plano inferior que não se via na versão anterior, sob as quais aparecem as falsas ‘bochechas’ de encastramento dos faróis. A agressividade é tal que de imediato nos vem à memória a máscara de ‘Batman’.

Numa rápida conversa com o diretor técnico da moto do piloto turco, o irlandês Phil Marron, este revelou que “os benefícios situam-se ao nível da melhor proteção aerodinâmica conferida ao piloto e, marginalmente, em termos de velocidade máxima”.

Também aqui há alguma indefinição sobre os reais benefícios em termos de velocidade de ponta, até porque estes melhoramentos estão a chegar do Japão, onde há muito trabalho desenvolvido em túnel de vento para as ‘MotoGP’, como é o caso da Yamaha.

Reparem na projeção ‘cefálica’, como num peixe-manta, que rodeiam a ‘boca’, assim como a pequeníssima aleta que surge lateralmente. A ‘bochecha’ inferior corresponde ao nicho de encastramento de um dos faróis dianteiros

Misano não é o melhor traçado para validações aerodinâmicas”, disse-me Phil, “pelo que teremos de esperar até andar na Catalunha”, onde se realizarão os próximos testes, “até porque tivemos algumas opiniões contraditórias”. Há também algum efeito de ‘anti-lift’ e é esperado um melhor comportamento aerodinâmica quando se segue atrás de outro piloto.Toprak rodou abaixo do recorde da volta e registou o segundo melhor tempo, atrás da Ducati de Michael Ruben Rinaldi.

Diferenças evidentes para a frente agora apresentada

A equipa continuou os testes com a nova pinça dianteira de travão, mas disso darei conta num artigo dedicado.

Andrea Locatelli sai para a pista perante o olhar do seu ‘crew chief’, à esquerda, o ex-campeão mundial de ‘Supersport’, Andrew Pitt

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