De 1988 a 2021, que marcas levaram os seus melhores pilotos à consagração mundial? Nem sempre o fabricante que venceu o campeonato reservado aos construtores, através da soma dos resultados de todas as motos da grelha, corresponde ao modelo utilizado pelo piloto campeão desse ano. O quadro de honra do Mundial de Superbike mostra-nos como, em alguns casos, os resultados finais das classificações de pilotos e construtores são inversamente proporcionais.
- Texto: Alex Ricci
- Fotos: Kawasaki Racing, Kappa Sport Pictures / Mike Capps, Fernando Pedrinho
Um bom exemplo disso é a temporada de 1993, na qual Scott Russell conquistou o ceptro com a Kawasaki da equipa de Rob Muzzy, em detrimento de um futuro campeão como Carl Fogarty. O norte-americano logrou apenas cinco vitórias, mas ganhou o campeonato graças aos doze segundos, um terceiro, dois quartos, um quinto e um sexto lugares com que rematou a época.
‘Foggy’, por seu lado, pilotava a Ducati 888 como se quisesse parti-la em dois a cada volta, mas alternou vitórias loucas (onze no total), alguns pódios (dois segundos e dois terceiros) e cinco corridas sem somar qualquer ponto. Tudo isto levou a Ducati a ganhar o campeonato dos Construtores nesse ano.
Situação semelhante aconteceu em 2009 quando Ben Spies deu à Yamaha o seu primeiro título no mundial de pilotos. O ‘texano’ veio da AMA, organizadora das SBK norte-americanas, com três campeonatos no seu currículo, mas montado numa Suzuki GSX-R1000 oficial. Não estava familiarizado com os circuitos europeus, à exceção de Donington Park, e muito menos com a nova YZF-R1 da equipa oficial liderada por “Maio” Meregalli. No Mundial da categoria ganhou catorze das oito corridas e tornou-se campeão com distinção. Também neste caso, o título de construtores foi alcançado pela Ducati, com Noriyuki Haga e Michel Fabrizio nas 1098R da equipa Xerox Ducati, tendo ambos somado um total de dez vitórias. Isto porque na marca dos três diapasões, o companheiro de Spies nessa altura era um Tom Sykes imaturo, que nunca deu a impressão de ser capaz de pilotar ao nível de ‘Elbowz’ durante toda a temporada.
Dito isto, vejamos os triunfos alcançados por marca até à data. A Honda abriu o livro de honra em 1988 e ganhou nas duas épocas seguintes, graças à excelente VFR750R RC30 e, em 1997, com a sua evolução, a RVF750 RC45. Com os seus quatro títulos até à data, a marca da asa bateu-se pelo titulo com a Ducati, que ganhou treze campeonatos de construtores, de 1991 a 2004, antes de ser parada pela Suzuki, que alcançou o seu único título de sempre (2005), piloto e fabricante, no mundial reservado às motos de série, após um impressionante ciclo de sete épocas consecutivas. Com o último campeonato ganho este ano por Toprak Razgatlioglu, a Yamaha está agora em segundo lugar, graças também aos pontos obtidos em 2007. Aprilia, que ganhou três campeonatos mundiais com Max Biaggi e Sylvain Guintoli, totaliza quatro vitórias por marca, tal como Honda. Mas se em Noale se contentaram, de momento, em igualar o maior fabricante de motos do mundo, a Kawasaki somou seis triunfos igualando a mesma cifra de campeonatos dominados pelo seu piloto de eleição: Jonathan Rea.
A pontuação da casa de Borgo Panigale continua inigualável e, com dezassete Campeonatos do Mundo no seu pecúlio, a Ducati lidera esta lista com uma vantagem abismal e pretende, com a nova geração de Superbike de quatro cilindros, regressar ao topo do mundo o mais depressa possível. Será já em 2022?
Títulos de construtores no Mundial de Superbike entre 1988 e 2021:
17 – Ducati
6 – Kawasaki
4 – Honda
4 – Aprilia
2 – Yamaha
1 – Suzuki