“Motos antigas” ? “Motos clássicas” ? “Motos velhas” ?
Abril 12, 2021
Opinião: Mário Campos Os nomes, em português “vareiam” (forma popular do verbo variar, muito “popular”, no norte do nosso país), mas toda a gente sabe do que se trata quando falamos delas. A única expressão inglesa usada neste meio é, de vez em quando, a do “Barn find “, cuja tradução “vareia” com a zona…

Opinião: Mário Campos
Os nomes, em português “vareiam” (forma popular do verbo variar, muito “popular”, no norte do nosso país), mas toda a gente sabe do que se trata quando falamos delas. A única expressão inglesa usada neste meio é, de vez em quando, a do “Barn find “, cuja tradução “vareia” com a zona do país: “achada no barracão”, no norte, “encontrada no pavilhão” no sul, e “descoberta numa garagem”, no resto do país.
Estamos portanto muito longe ( em termos de linguagem ) do mundo das café-racers, onde os anglicismos são de bom tom e quase obrigatórios! Mas estamos a tratar do quê, quando falamos das Sachs V5, das Honda Four, das Zundapp XF-17, das Triumph Bonneville, das Casal Boss, das Ducati Scrambler, das Macal Minarelli, das BMW R 90 S, das EFS-Kreidler, ou das Harley/Aermacchi? Pois, estamos a tratar do mais ou menos “originais”, mais ou menos “completas”, mais ou menos “restauradas”, mais ou menos “exageradas”, mais ou menos” documentadas”!
Incrível, como TODAS elas nos fazem agora virar a cabeça ( se fosse uma café-racer chamava-se “eye-catcher “) quando ouvimos o seu trabalhar, a descer a rua, ou a miramos de relance, dentro do Metro, ao domingo de manhã.
O segundo efeito, depois de virarmos a cabeça, é esboçar um sorriso! Pode ser rasgado. Pode ser contido. Pode ser melancólico. Mas um dos três, é!
Estão ainda todos comigo ? Atão vejam lá, se o terceiro efeito, depois do cheiro (do óleo de rícino? ) ou do ribombar de um 4 /1 da Kerker, não é ficarmos TODOS nostálgicos ? A lembrança da primeira motorizada ? A chapada, furiosa (na nossa cara) do primeiro melhor “biquini da praia”, quando a RV50 ficou, misteriosamente, sem gasolina a 7 quilómetros do parque de campismo ? A primeira 125 ? A prova pirata, de motocross, em que a belíssima Gilera 7HP, apesar de ficar em último lugar foi a mais admirada ? A primeira moto GRANDE ? A primeira viagem à Lousã com os amigos, TODOS de moto(rizada), pelas estradas nacionais ? A primeira ida a Jarama, ao grande prémio ? O primeiro passeio do motoclube ? Os 2 º e 3º e 4º melhores biquinis das praia, com a XT 500 emprestada pelo primo (que foi fazer engenharia em Londres) e trouxe a moto nas férias ?
Chuinnnnffff…..! Grossas lágrimas de tristeza e/ou saudade, escorrem já pela minha cara, mas a vontade de parar aqui e agora,… não posso ! O Tinho ia ficar …pendurado! Continuemos pois.
A ida às manifestações contra as portagens e os rails ? O murro (no capacete ) dado pelo vendedor da Hayabusa, quando no drive-test o conta-quilómetros atingiu os 310 Kl/h, dentro da vila de Salvaterra de Magos ? A ida à Automobilia de Aveiro, às escondidas da patroa, para ver se lhe conseguia um Bell Kenny Roberts ? A viagem a Andorra , antes da CEE, para comprar dois Dainese, a condizer com a FJ 1200 ? Ai, que não aguento ! Vou ter que parar ! Chuinff….! Desculpa Tinho, mas a tinta da minha caneta permanente já está toda esborratada, com as lágrimas !
Vou acender um cigarro, com a minha caixa de fósforos (da Fosforeira de Espinho ), enquanto medito na última pergunta. Mas, mas onde estão,AGORA, estas motos, antigas,clássicas e velhas ?
Ps. A descobrir nos próximos capítulos, desta saga : “ENCONTRADA NO BARRACÃO” !!!
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