Texto e fotos: Jorge Casais
Nunca pensei em visitar Marrocos por suspeitas que se vieram a revelar totalmente infundadas. Salvo a questão das refeições que foram, para mim, um suplício.A organização foi excelente, os companheiros de estrada também e a viagem superou todas as minhas expectativas.
09.06.2019 Porto – Algeciras
Tempo de começar a conhecer quem seriam os companheiros de viagem tendo a viagem decorrido calma e serenamente com o Cesar Vieira a liderar a malta.
10.06.2019 Algeciras – Fez
Tenho que confessar que sendo o dia que iria entrar em Marrocos estava apreensivo com o que iria encontrar. Para mim seria um mundo novo, onde iria ter contacto com uma cultura e religião com a qual nunca tinha convivido.
Lá fomos nós Ferry adentro, metemos a borracha na estrada, entrando e passando por Tanger Med.
Primeira paragem na cidade azul, Chefchaouen. Comecei aqui a perceber que a ideia pré-concebida que tinha de Marrocos não se adequava à realidade. Este primeiro contacto directo com o povo Berbere foi para mim uma surpresa. Bastante positiva por sinal.
Chefchaouen tem uma característica única pois possui as suas casas maioritariamente pintadas de azul. Curiosamente uma herança da passagem dos Judeus que para aqui fugiram na altura da inquisição espanhola.
Sobre a estrada e paisagens que nos levaram de Tanger Med a Fez nada a assinalar, no entanto a aproximação a Fez deixava antever que a manhã seguinte iria ser bastante interessante. É uma cidade enorme e é possível ver esta dimensão quando nos aproximamos da mesma pela R501.
11.06.2019 Fez – Midelt
Antes de partirmos com destino a Midelt a Boa Mota & Boa Mesa brindou-nos com uma visita guiada à Medina de Fez.
Impressionante o enorme labirinto pelo qual fomos andando e impressionante como este povo fantástico se consegue organizar no meio do que é, pelo menos para mim, um certo caos. Apenas tinha “visitado” uma Medina em documentários televisivos. Não tem nada a ver. Só visitando in-loco é possível termos a real dimensão do extraordinário mundo que aqui se vive. É uma cidade dentro de uma cidade.
Nesta visita fiquei a saber que provavelmente a mais antiga Universidade/Madraça do mundo, Al Quaraouiyine, fica aqui em FEZ nesta Medina.
O Couro é uma indústria importante em Marrocos e Fez pode ser considerado um importante “marco” deste negócio. Aqui não fiquei surpreendido pelas condições de trabalho miseráveis em que trabalham milhares de pessoas. Não foi um contacto que tivesse apreciado particularmente pois esta pobre gente trabalha horas a fio seguidas, debaixo de condições climatéricas muito adversas, sem qualquer tipo de protecção individual, contactando directamente com produtos químicos nefastos para a saúde. Eu reconheço que se não tiverem este trabalho o destino será bem pior. Desemprego, fome e exclusão. Mas que me levou a ver a sorte que tenho isso levou.
Depois de almoço lá rumamos em direcção a Midelt, começando agora a estrada a ser bem mais interessante quer pelo seu formato quer pelas paisagens que nos foram acompanhando.
De repente dou por mim a passar por uma estância de Ski, bem ao estilo Alpino. Sim, é mesmo isso, foi incrível ter este contacto com cidade de Ifrane, situada no médio Atlas e a cerca de 1700m de altitude, pode ser tão ao estilo europeu. Nunca imaginei.
Mais uma vez a minha douta ignorância a revelar-se. Cada vez mais gostava do que ia vendo e aprendendo.
Chegados a Midelt, cidade situada no coração de Marrocos, já na junção entre o médio e alto Atlas, ficamos num hotel bem castiço onde fomos atendidos magnificamente. Aqui tive a oportunidade de “brilhar” pois ensinei ao nosso amigo do hotel (peço desculpa por me ter esquecido do nome, pois pela sua simpatia e generosidade não merece esta minha falta) como ter umas cervejinhas bem geladinhas sempre a sair para a malta apreciar uns momentos na piscina naquele final de tarde. Bem foi uma rotação de cervejas e petiscos que nem é bom pensar. Cervejas essas sempre servidas em copos saídos directamente do congelador.
O Jantar tenho que reconhecer que foi mesmo à Lorde. Fomos mesmo muito bem servidos e atendidos. Com pena minha, dada a minha esquisitice no que diz respeito à dieta alimentar, não provei grande parte das “iguarias” que foram servidas, mas os meus companheiros e amigos de viagem deliciaram-se com as mesmas.
12.06.2019 Midelt – Merzouga
Tal como o jantar o pequeno-almoço foi de Lorde.
Partimos cedinho e foi para mim um dos dois trajectos mais fantásticos deste viagem ao fantástico Reino de Marrocos.
Uma das paragens que fizemos foi a seguir à cidade de Errachidia num brutal Oásis de vários km de extensão. Pois é mais uma vez a minha douta ignorância veio ao de cima. Para mim um oásis era como o conhecia nos “desenhos animados” como sendo um qualquer sítio no meio deserto com umas palmeiras e um lago. Estou a exagerar mas de facto a minha ideia de oásis era bem diferente.
Este local e toda a estrada que se lhe segue, ainda situada na cadeia montanhosa do médio Atlas, oferece-nos paisagens inesquecíveis. Passamos por Aoufous e Arfoud e, nesta cidade, viramos em direcção a Merzouga. Nem imaginava o que se ia passar nos km que iríamos fazer para lá chegar. Sabia que iria ser o meu primeiro contacto com o deserto do Sahara, algo que nunca pensei visitar, mas nunca pensei ter as fortes sensações que iria ter.
Quando entramos nesta estrada, o nosso amigo e guia César Vieira, recomendou-nos cuidado na condução pois por vezes temos bancos de areia que “invadem” a estrada e que nem se dá por eles, podendo causar situações de perda de controlo das nossas motas. Ainda bem que fomos avisados porque de facto não se vêem e quando os vemos já é tarde. Felizmente todos passamos sem problemas e apenas com algum pequeno susto aqui e ali.
A certa altura no horizonte, e ainda bem distante, vislumbro um amarelo incrível. Ora aparecia ora desaparecia. À medida que nos íamos aproximando cada vez era mais intenso o turbilhão de emoções que ia sentindo. Lembro-me que senti este tipo de emoções quando tive um contacto próximo com baleias nos mares dos Açores.
Chegado ao hotel em Merzouga fiquei de frente para uma das portas do deserto do Sahara.
Chegamos na hora certa pois o sol começava a querer ir embora dando um colorido àquelas montanhas de areia indescritível. As fotografias que tirei e os vídeos que fiz não conseguem descrever os momentos vividos. De forma alguma.
Feito o check in, largada a tralha no quarto lá fomos nós montados, agora em 4 patas, até às dunas.
Se a experiência de andar de camelo é engraçada, já o subir uma duna a pé tem pouco de engraçado. É um desafio bem grande, mas compensador porque chegados ao seu cimo e olhando na direcção do deserto, para a sua imensidão, defrontámo-nos com um “mar” de areia lindíssimo. O ondulado, a constante mudança de cor e a areia que esvoaça da crista das dunas, fazem um conjunto quase perfeito do que posso chamar de paisagem perfeita.
Este será daqueles momentos que irão perdurar na minha memória como motard.
Estava assim realizada a primeira parte da minha primeira viagem ao magnífico Reino de Marrocos.
13.06.2019 Merzouga – Dades
Ontem não referi que também aqui, no hotel em Merzouga, houve um momento alto quando, com o César Vieira, fomos comprar um carregamento de cervejas ao final da tarde. Souberam pela vida até porque estavam geladinhas. Não é fácil no Reino de Marrocos encontrar bebidas alcoólicas pelo quando chegamos à piscina com uma grade delas “fomos os heróis do dia” para o resto do grupo.
O nascer do sol junto às Dunas é um espectáculo a não perder e ainda por cima num dia em que o céu estava absolutamente limpo.
Tomado o pequeno-almoço foi tempo de meter a tralha nas nossas motas e arrancar em direcção a Dades. Estando já totalmente rendido a este País estava agora expectante sobre a estrada e paisagens que iríamos percorrer pois o César tinha deixado em suspense na noite anterior que seria mais um dia inesquecível.
De facto a estrada e paisagens que nos foram acompanhadas são divinais. Mais uma vez não nos enganou nem um bocadinho o nosso Líder César (Boa Mota Boa Mesa).
Mas pontos altos deste quinto dia de viagem foram sem dúvida a passagem pelas Gorges de Todgha e Dadés ambas situadas no coração da formação montanhosa do alto Atlas e novamente em terras do povo Bérbere.
É incrível como de repente nos defrontamos, vindos do deserto, com oásis coloridos por um verde intenso, reflexo de que existe água em abundância a correr pelas redondezas.
Outro conceito que tinha, erradamente, era que o deserto era um mar de areia a perder de vista com elevadas temperaturas durante o dia e baixas durante a noite. Aprendi nesta viagem, e já com 55 anos quase 56, que o conceito é diferente pois muitas das regiões que já tinha atravessado eram consideradas deserto. Viver para aprender e diminuir o grau da minha douta ignorância.
Voltando a este dia tenho que admitir que a subida na gorge de Dades foi bem engraçada, com aquele encadeado de curvas numa inclinação bem razoável. Chegados ao cimo a paisagem com que nos deparamos, não sendo a melhor para mim que já tinha tido oportunidade de desfrutar nesta viagem, era sem dúvida digna de umas fotos e aquelas que tirei com o grupo ficaram demais.
Quanto a mim vale mais pelo ida até cimo e consequente regresso e descida que propriamente pela paisagem.
O resto do percurso até ao hotel foi sempre com umas nuvens escuras e ameaçadoras de qualquer coisa que não pareciam ser chuva.
Chegados ao hotel o ritual do costume. Retirar as tralhas da mota para levar para o quarto, só que desta vez tivemos mesmo que dar da perna porque as tais nuvens ameaçadoras aproximavam-se a olhos vistos mas agora com uma ventania incrível. Afinal estávamos era na presença de uma “tempestade de areia”. Ei lá, até tive um encontro imediato com uma “tempestade de areia”, mas felizmente que já nos encontrávamos no hotel, caso contrário estou certo que não teria muita piada.
Foi neste dia que a minha Super Ténéré registou 70000 km após cerca de 20 meses de a ter comprado no meu amigo José Pedro carvalho (Motocar).
Também aqui o jantar foi de Lorde. Não para mim porque a tal esquisitice veio ao de cima e jantei apenas pão com alguns enchidos e muita fruta. Mas os meus amigos e companheiros de viagem tiveram muito variedades de comida local por onde se virar.
14.06.2019 Dades – Marrakech
Sempre ouvi falar no Atlas como um destino a não perder, mas também sempre achei que se temos os Alpes, os Pirinéus, os Picos da Europa, a formação montanhosa da Gralheira até à serra do Açor, as montanhas na Noruega qual a razão pela qual o Atlas ser referido por tantas pessoas de uma forma tão especial e até quase mágica!
Pois bem fiquei neste dia de viagem a perceber a razão.
Não é melhor nem pior do que aqueles exemplos acima referidos. É apenas DIFERENTE.
Para mim se a chegada a Merzouga foi fenomenal esta passagem pelo alto o Atlas até ao Col do Tichka (situado a 2260m de altura) foi brutal. Também fiquei a perceber porque todos os meus amigos que por aqui passaram e testemunhos que tinha lido, se referiam a esta estrada com um carinho muito especial.
Durante a longa subida até ao Col do Tichka cada curva que fazemos era sempre melhor que a anterior em termos de paisagem. Sempre a surpreender.
Quando chegamos ao topo da estrada no col de Tichka a minha vontade era voltar para trás para voltar a fazer tudo de novo mas desta vez ainda com mais calma para saborear cada metro de estrada, cada metro de paisagem.
Mas voltando ao início do dia e viagem não posso deixar de referir a nossa passagem por Ouarzazate, onde se inicia a “caminhada” em direcção ao Alto Atlas e terra onde foram rodados muitos filmes de Hollywood, daí ser apelidada como “Hollywood de África”.
Também marca muito relevante a visita a Ait-Ben-Hadou, Património da UNESCO e onde foram rodados filmes como o Lawrence da Arábia, Múmia, Gladiador e muitos outros mais.
De facto esta cidade é como um conto saído do livro “As mil e uma noites”. A sua fundação vai até lá bem para trás no ano de 757 DC.
A minha preguiça não me permitiu acompanhar o grupo. Fiquei-me por uma sombrinha no lado de cá, a beber umas coca colas e uns pistachios. Até aproveitei para dormitar um pouco debaixo da tal sombrinha e de um calor intenso que era amenizado por uma brisa fantástica que me ia refrescando.
Chegados a Marrakech e depois da descida do alto Atlas, vertiginosa para alguns com pedaleiras a raspar e muita faísca a saltar, deu para perceber que estávamos a entrar num mundo diferente e com alguns sobressaltos pela forma destemida como conduzem os súbditos de sua Majestade. Todo o cuidado é pouco. Mas castiço mesmo foi ver os mais jovens, entusiasmados por ver as nossas motas, nos mostravam as suas habilidades nas suas motorizadas e “secadores de cabelo”. Que medo!
15.06.2019 Marrakech
A parceria Boa Mota & Boa Mesa – Motocar – Yamaha Motos e o Cesar Vieira proporcionaram a este grupo de guerreiros do asfalto, após 6 dias de muita condução em estradas e locais absolutamente incríveis, um dia de descanso.
Ao princípio confesso que não achei nada boa esta paragem mas hoje reconheço que seria uma perda ter passado ao lado de Marrakech e não a ter conhecido minimamente. É um daqueles locais que tem que estar na lista do “must go”.
Deixo aqui um aviso apenas a quem lá for para ter cuidado a conduzir de mota pela cidade, mas também a andar a pé na mesma. Muito movimentado, com pouco respeito ou nenhum mesmo pelas regras de trânsito, mas uma coisa é certa são pessoas muito hospitaleiras e muito simpáticas.
De noite vale apena dar uma volta pela praça Jemaa el-Fna sendo esta muito movimentada e, quis-me parecer, frequentada por vários tipos de etnias marroquinas apresentando as suas danças e cantares e vendendo os seus produtos. No entanto, pelo facto de ser uma cidade Berbere julgo que a maior parte são desta etnia. Espero não estar a dizer uma asneira mas foi a percepção com que fiquei.
A não perder também o mercado (“Souk”) bem como os jardins espalhados pela cidade.
Foi um dia bem passado e que permitiu retemperar forças para o que ainda faltava.
16.06.2019 Marrakech – Casablanca
Depois de uma noite, mais ou menos bem dormida, dado que fomos dar uma voltinha a pé pela cidade, partilho que nesta tal voltinha e perto do casino demos de caras com todo o tipo de “bombas”, de quatro rodas mas também com duas pernas. É de facto uma cidade muito cosmopolita.
Mantendo o foco. Depois de carregar a mota com as tralhas, de nos despedirmos dos dois súbditos de sua Majestade, que nos ficaram a guardar as motas todo o tempo que estivemos em Marrakech, lá partimos. Com cuidado porque existem muitos artistas pelo caminho.
Estávamos em contagem decrescente desta viagem divinal que a Boa Mota & Boa Mesa preparou para este grupo e o destino final era agora Casablanca. Para este dia claro.
Nada a assinalar em termos de estrada nem tão pouco de paisagem, pelo menos para mim. De Marrakech até Mazagão tudo muito plano, muito embora tenhamos passado por locais interessantes como Sidi Bennour e Douar Lambakra.
Mazagão ou Al Jadida já foi território português, entre os Séc. XVI e XVII, existindo ainda nos nossos dias vários vestígios disso mesmo e que se encontram espalhados principalmente pela zona histórica desta cidade. São exemplos vivos a Cisterna, toda a fortificação com os seus baluartes bem como alguns canhões e Igreja da Assunção.
Na visita à Cisterna tivemos uma visita guiada onde nos foi contada a história da mesma com bastante pormenor.
Chegado ao hotel o final deste dia, enquanto catalogava as fotos e vídeos da viagem, lembrei-me de ir verificar se as palavras do guia sobre a cisterna correspondiam à verdade. Sim, correspondiam e fiquei feliz que o entusiasmo do guia a falar de Portugal não fosse apenas para nos agradar.
Ainda sobre a cisterna recordo e destaco aquela luz que irradia pela clarabóia e reflectindo no espelho de água as colunas e os tectos abobadados bem ao estilo Manuelino.
Antes de almoçarmos ainda houve tempo para ver mais um testemunho da nossa passagem por estas bandas.
Almoçados em AL Jadida, com alguma demora no serviço, lá metemos novamente a borracha no alcatrão e rumamos ao destino final Casablanca. Cerca de 90 km separam estas duas cidades e pela primeira vez nesta viagem rodamos bem junto ao mar. Também sabe muito bem, principalmente para mim que me habituei, desde que nasci, a ver o mar todos os dias sem ter nada à minha frente a separar-me do mesmo.
Chegados a Casablanca parece que entramos numa nova dimensão, com contrastes claro, mas em Portugal também os temos, mas dá para ver que é uma cidade que anda a um ritmo muito diferente daquele com o qual convivi desde que entrei em Marrocos. Também estou a falar da maior cidade do reino de Marrocos, com forte industrialização e comércio fortíssimo possuindo o maior porto do país.
Mais uma vez tenho que referir Hollywood pois um dos mais famosos filmes desta “indústria” cinematográfica possui o nome da cidade e retractava, na altura da 2ª guerra mundial, o quão foi importante esta região para todos os intervenientes nesta sangrenta e devastadora contenda a ocorrer na Europa.
Embora já tivesse visto em documentários e me tivessem contado, nada como ir e ver com os meus próprios olhos. Refiro-me à imponente Mesquita de Hassan II. É impressionante pelo tamanho, pela altura, pela simplicidade e beleza ao mesmo tempo e pela capacidade que possui de receber ao todo 105,000 fiéis (80,000 no exterior e 25,000 no interior). Incrível, pois possui ainda uma Madrassa, várias salas de conferência e Hamames (banhos).
Fiquei com algum amargo de boca pois não a pude visitar por dentro dado que se encontrava fechada.
O Jantar foi divinal e desta vez para mim também o foi, pois tive oportunidade de pedir uma espécie de parrilhada de peixe muito bem confeccionada. Partilho que foi o primeiro dia desde que entrei em Marrocos que não tive que me empanturrar de pão e fruta. Soube-me mesmo bem.
Depois do excelente repasto enquanto fumava um cigarro no exterior do hotel e conversava com alguns companheiros desta “aventura”, confesso que a nostalgia começou a apoderar-se de mim pois o dia seguinte já era de regresso. Lembro-me como se fosse hoje que antes de me deitar liguei o computador para rever as fotos e videos da viagem. Foi uma espécie de viagem fugaz no tempo e afinal de contas ainda tinha sido à tão pouco tempo que tínhamos entrado em Marrocos.
17.06.2019 Casablanca – Algeciras
Após mais um excelente pequeno-almoço toca meter as tralhas na mota e meter as rodas a caminho. O ritual do costume onde aproveitamos sempre para umas brincadeiras e onde não faltava a do costume quanto ao único amigo que levava uma BMW. Mas que contrariamente ao que pensamos lá chegou ao final mesmo. Nuno perdoa-me esta brincadeira mas não resisti
Como no dia anterior em que andamos bem junto ao mar, neste dia foi igualmente por estradas onde avistávamos o mar aqui e ali.
Paragem obrigatória em Rabat, capital do reino de Sua Majestade (Rei Maomé VI, filho de Hassan II) e a segunda maior deste mesmo reino.
Cidade altamente cosmopolita, recheada de edifícios modernos, grandes avenidas e muito monumental. Como o tempo estava “contado” fomos directos ao complexo onde se encontra o Mausoléu Maomé V e Torre de Haçane.
Confesso que impressiona, mesmo sendo uma arquitectura diferente daquilo a que os meus olhos estão formatados. Dentro de alguma exuberância é possível ver sobriedade. Também recomendo a visita.
Saídos daqui foi meter pela auto estrada até Tanger Med. Ainda bem que o César nos avisou que deveríamos ter cuidado pois o conceito de AE em Marrocos não é exactamente aquilo que estamos habituados. Desde pessoas a atravessar a mesma ou a pedir boleia, ou então pessoas com burros a caminhar no lado direito sem se perceber muito bem para onde vão. Enfim uma aventura.
Chega assim ao final a partilha do que vivi neste meu passeio ao Reino de Marrocos na companhia dos Companheiros e Amigos de viagem com os quais vivi uma das melhores experiências motard além-fronteiras.
A eles um obrigado por me aturarem e um pedido de desculpas se por acaso melguei algumas vezes para “fecharem” mais o pelotão para que o efeito de harmónio não provocasse entre o líder da caravana e eu que ia a fechar a mesma um fosso muito grande.
- Rui Lima
- Anabela Ribeiro
- Carlos Silva
- Vitor Coutinho
- Helena Coutinho
- Luís Miguel Cruz
- Pedro Nogueira
- Nuno
- Pedro Antunes
- César Vieira