- Texto e fotos: Jorge Casais
Um dia de Primavera, frio ainda, com um sol esplendoroso a entrar-me casa dentro logo pela manhã e eu ficava em casa? Não, claro que não. Ainda antes de pensar para onde iria, tendo por certo que iria fazer umas estradas em modo “off road”, lancei o desafio a dois amigos para me acompanhar. Levei duas negas. Nem sabem o que perderam naquela manhã fantástica. Como não tinha nada de concreto planeado resolvi improvisar e tentar fazer a classificativa do WRC de Caminha e de Viana do Castelo apelando à minha memória visual. Bem, não correu lá muito bem porque na de Caminha andei para lá perdido…mas foi óptimo andar perdido pela serra de Arga.
Este foi o dia para ver como se portam os Metzeler Karoo 3 na ST. Francamente não acho lá grande coisa o pneu da frente quando se anda em gravilha solta e daquela que é maior um “bocadinho”. Normalmente encontramos este tipo de gravilha nas estradas que nos levam pelos parques eólicos. Em contrapartida tive oportunidade de apanhar alguns “bancos” de areia e acho que o comportamento é bem mais estável. E eu que detesto andar em areia. A paisagem com que me fui defrontando, não sendo arrebatadora, é ainda assim divinal em muitos dos troços do trajecto pelo qual andei. Desta vez apenas me cruzei com muitas manadas de Garranos e, curiosamente, muitas aves de rapina. Acho que deveria estar a haver uma concentração qualquer, pois não me recordo de ver tantas a voar e, note-se, foi uma constante toda a manhã. Pois, é mesmo isto que aprecio bastante. Uma boa moto, boas estradas “on e/ou off road”, paisagem a deixar-me sempre surpreendido e, aqui e acolá, ir encontrando vida selvagem, mas também doméstica claro.
Nos estradões de “off road”, para os lados de Caminha, subi até à Capela de Sra. das Neves, não sem antes ter andado perdido e ter-me metido por caminhos pouco aconselháveis para a ST. Houve que dar a volta ao elefante o que se revelou uma tarefa difícil. Mas ao fim de uns cerca de 5 minutos lá consegui desenterrar o pneu traseiro e voltar por onde tinha vindo e meter-me pela estrada que ficava mesmo ao lado. Pois é, deveria ter ido pela estradão da esquerda e meti pelo da direita. Se tivesse tido calma parava, abria o wikilok e tentava perceber qual seria a melhor opção. A vinda da Sra. das Neves foi por outro caminho, mas vim dar precisamente à encruzilhada que referi anteriormente. Não era isto que queria ter feito. Depois da Capela queria seguir em frente, mas o meu GPS mental falhou e trouxe-me por um estradão que nunca tinha percorrido. No final tudo acabou bem e meti-me de novo à estrada para seguir para a segunda etapa daquela manhã Primaveril. Como era dia de andar a improvisar assim continuei e acabei por ir ter a uma ponte sobre o Rio Âncora…que é pedonal. Tirei o azimute à “coisa” e aqui vai disto. Toca a passar com a ST pela dita ponte que fica na Rua Portinho de Bois entre as aldeias de Aldeia Nova e Barrosa. Para lá chegar andei na CM1015 e na EN305. Passada a ponte e estreita estrada de paralelo sempre a subir fui ter à CM1161. A ideia era encontrar a Capela da Senhora da Cabeça. Como a tarefa estava a ficar difícil, e depois de já ter andado às voltas anteriormente, lá abri o Wikilok. Imediatamente percebi onde estava. Bem perto da estrada que nos leva à dita Capela para depois prosseguir pelos estradões por onde passa o Rally de Portugal.
É sempre bom andar à deriva para estes lados. São inúmeros os estradões pelos quais podemos andar…mesmo que às vezes tenhamos que voltar para trás. No entanto, ao andar por estes locais, cruzo-me sempre com as casas dos Guardas Florestais. Uma tristeza ao abandono que as mesmas estão “atiradas”, pois ficam em locais fantásticos e isolados. Ainda continuo sem perceber porque não é feita alguma coisa com estes espaços. Mas voltando à estrada saliento o bom estado em que se encontram os estradões para estes lados. Por vezes houve que acalmar, pois torna-se fácil rodarmos demasiado o punho e afinal de contas estou ali para passear e não para participar numa competição qualquer. Com a barriga já cheia de rolar em “Off Road” era tempo de regressar a casa. Como a manhã era de improviso lá continuei a improvisar e enveredei por uma série de estradas, algumas em terra, que valeram mesmo apena ter percorrido as mesmas.
- Percorridos –216 km
- Percurso seleccionado –Não estava nada em especial planeado, mas retirando a ida e a vinda pela AE foram cerca de 70 km em modo “off road”.
- Horas efectivas de condução -03H37m
- Total de horas em passeio -05H08m
- Altitude máxima – 523 m
- Moto – Yamaha Super Ténéré
Vídeos
1 – Serra da Agra pelo lado de Caminha
2 – Entre Caminha e Viana do Castelo
3 – Serra da Agra pelo Viana do Castelo
Wikilok