Texto: Paulo Ribeiro
Fotos: Honda/Francesc Montero
O motor, tal como o quadro, é bem conhecido da CRF1100L Africa Twin, garantia de eficácia, fiabilidade e diversão. Claro que, sem as ambições aventureiras da africana, antes buscando a suavidade e facilidade que se pede a uma turística de eleição, a Honda NT1100 viu o carácter do motor ajustado às novas vivências.
O bloco de dois cilindros paralelos manteve-se rigorosamente igual mas a forma como entrega a potência é diferente. As mudanças na injeção eletrónica PGM-FI, admissão (caixa de filtro de ar e condutas redimensionadas) e escape (interior redesenhado) garantem maior suavidade nas acelerações. E a ausência da válvula de escape faz desaparecer aquele ‘boost’ que se sentia por volta das 5000 rpm na Africa Twin. Responsável por agradável descarga de adrenalina mas que se dispensa numa turística.
Eletrónica suficiente
Sem mudanças ficou a restante eletrónica, mantendo o acelerador Throttle by Wire, controlo de tração ajustável Honda Selectable Torque Control, anti cavalinho e cinco modos de condução. Urban, Rain e Road além de outros dois ajustáveis (User) em função dos gostos de cada condutor. Que pode definir a forma como é entregue a potência, o efeito de travão motor e o nível do HSTC.
O modo Rain garante enorme suavidade e menor potência disponível, para maior segurança em pisos escorregadios, e o Urban é patamar intermédio, para utilização citadina ou mais tranquila. Por isso, com estrada seca e divertida, a escolha nesta apresentação recaiu maioritariamente sobre o moto Road.
As predefinições permitiram um ritmo deveras agradável, rápido sem ser cansativo, e, associado, ao nível S3 do DCT (o mais desportivo) proporcionaram momentos de grande diversão. Com acelerações fortes e muito lineares mas sem nunca andar de roda no ar, a NT1100 comprovou, também neste particular, que é uma verdadeira turística. Mas que, graças ao equilíbrio dinâmico e potencial do motor, permite andar depressa e bem. Que, assim, “depressa e bem, há pouco quem”…