Do Norte (Tourém) a Sul de Portugal (Cabo de São Vicente) ligado por estradas menos conhecidas.

  • Texto: Jorge Casais

1ª Etapa: Tourém a Sandomil

Tendo já percorrido o nosso país intensamente existem ainda alguns “projectos” de passeio que tenho em carteira, tendo na passada quinta-feira até ontem, sábado, concretizado um deles. Ligar o Norte ao Sul de Portugal por caminhos, estradas sem designação, estradas camarárias, estradas municipais e derivações de estradas nacionais. Claro que seria impossível concretizar este passeio sem ter que percorrer estradas nacionais porque em alguns casos não existe mesmo outra ligação possível.

Na preparação deste “projecto” escolhi alguns pontos de partida sendo certo que o de chegada seria sempre o mesmo. Acabei por optar pela partida numa das mais bonitas aldeias de Portugal (Tourém), num daquele que é para mim dos mais belos municípios de Portugal (Montalegre). Escolhidos os pontos de partida e chegada tracei as estradas que me levaram a unir estes dois pontos e, à última da hora, um amigo aceitou o repto e fez-me companhia com a sua máquina. Claro que só poderia ser uma ST << Edition.

Entramos bem cedo em Tourém vindos de Espanha e atravessando a ponte sobre o “Encoro de Salas”. Como estas coisas são para mais tarde recordar foi tirada a fotografia da praxe à entrada de Tourém onde temos um marco meio escondido a indicar-nos isso mesmo.

A intenção deste passeio não foi tanto a visita pelas localidades pelas quais passamos, mas mesmo assim elegi algumas que falarei mais adiante.

Pitões das Júnias, Covelães, Sezelhe, São Pedro e Contim passamos ao lado percorrendo as EM513, CM1011 e EM520. A panorâmica que se desfruta nesta última estrada sobre a barragem do Alto Rabagão e as montanhas que a envolvem é divinal.

Realço que esta mesma paisagem quando percorrida no sentido inverso ao que realizámos na quinta-feira tem um impacto bem maior sobre os nossos olhos…mas mesmo assim é top, porque também temos o privilégio de ver aqueles dois montes ao qual apelidam de Cornos das Alturas.

Continuando a seguir a EM520 entramos pelas aldeias adentro de Alturas do Barroso e já no final da mesma tomamos a EM519 durante alguns km até chegarmos a Covas de Barroso. Duas aldeias bem típicas desta região, ainda com o seu “modus vivendi” praticamente inalterado em termos de conceito, muito embora se notem algumas melhorias na qualidade de vida das gentes que lá vivem. Bem o merecem as “gentes” que vivem da terra. A municipal que se seguiu foi a CM1047 que nos fez passar por Romainho, Muro, Alijó e Penalonga onde cortamos pela EM524, mais uma estrada fantástica a juntar às que já tínhamos percorrido, em direcção à EN312. Pois lá está uma daquelas situações em que tivemos mesmo de pisar uma Nacional, não por muito tempo, para chegar a uma outra Municipal.

A EM518 fez-nos passar por Torneiro e Cunhas sendo toda ela bem simpática para rolar, no entanto, destaco um spot que se situa na praia fluvial do Rio Beça, um pouco antes de chegarmos a Torneiro. Muito bem cuidado e que nos permitiu darmos de duas de letra, fumar uma cigarrada e tirarmos umas fotografias ao local que bem o merece.

Terminada a EM518 viramos pela EN206, passamos a Ponte de Cavez e viramos pela EM517, passando Pé Branco, Agunchos, Ribeira, atravessamos o Rio Loureiro e de novo a pisar uma nacional (EN312) para apanharmos a CM1142. Não sei porquê mas gosto imenso de subir esta camarária. Talvez pela paisagem que tenho sobre o lado esquerdo, com Cerva a ficar lá para baixo à medida que vou subindo, mas também porque sei que o que vem a seguir me vai levar por locais que gosto imenso. O Alvão começa a ficar perto e é daquelas montanhas que impressionam.

Estava mais ou menos na hora de forrar o estômago com alguma coisa pelo que fomos até à “Tasca da Alice” para atacarmos umas alheiras. Que bem que souberam.

De volta à estrada passamos a cascata de Bilhó na CM1200 e viramos um pouco mais à frente pela CM1206, CM1204-1, EM506, CM1206 até atingirmos o Miradouro e Parque de Merendas bem cá em cima na N304.

Esta voltinha bem por zona mais baixa da serra do Alvão, pela CM1206, é soberba. Não me canso de a repetir vezes sem conta. Desta vez faltou passar por Pardelhas (não era possível passar em todo o lado) mas passamos, ainda cá em cima na aldeia do Ermelo (que recomendo a visita), e já em descendente pelas aldeias de Malhada do Iteiro, Paço e Cascata de Campanhó. Até aqui rolamos com as paisagens soberbas do Parque Nacional do Gerês e do Parque Natural do Alvão. Uma bela companhia. Entramos agora num outro registo paisagístico, do Marão e do Douro Vinhateiro, não menos impressionante que os dois anteriores mas apenas diferente, sendo que no Douro já temos mais uma paisagem imposta pelo Homem…as vinhas “atacam os nossos olhos com força”!

Depois do famoso Miradouro viramos para Vila Cova e tomamos a CM1211, CM1242 que nos levou por Arrabães, Torgueda, Meneses e Aguilhão que se rola já na CM1347. A estrada seguinte, que recomendo vivamente, foi a CM1291 que nos levou pela praia fluvial de Fornelos, Fiolhais e em Paradela do Monte seguimos então pela CM1240 (mais outra daquelas que recomendo) até Fronteira. Pelo meio uma paragem num spot incrível com vista sobre a imponente serra do Marão e que dá pelo nome de Miradouro de Justos. Existe um outro que é fica Nossa Senhora do Viso mas que, na minha opinião, não tem o impacto visual do de Justos.

Fica a nota que esta CM1240 seria parte daquela estrada tão falada que se inicia em Monção e termina em Santa Marta de Penaguião, a EN304. Explicando melhor (esta é a minha interpretação, poderei estar enganado) para quem o desejar percorrer. No Miradouro, no cimo da EN304, é possível continuar nesta mesma estrada até à Campeã, mas ao passarmos por baixo da A4 temos que apanhar durante alguns metros a EN15 e depois virar pela CM1242 em Arrabães que a seguimos sempre até chegar à praia fluvial de Fornelos. Depois voltamos a encontrar a EN304 que vai até Santa Marta de Penaguião.

Bem mas voltando ao nosso passeio, em Fronteira seguimos pela EN304-3 até Rio Mau onde passamos para a curvilínea EM603 que nos leva por Formentães, Marão (sim existe mesmo a aldeia que dá o nome à serra), Choqueiros, Barco, Outeiro de Cima, Brunhedo e Fontelas. Ah, é verdade, aqui e ali acabamos por nos cruzar com muitos motociclistas que estavam a participar no Lés a Lés. Uns parados em algumas tasquinhas para reabastecer outros a rolar. Se o Lés a Lés lhes correr tão bem como nos correu este Norte a Sul podem estar muito satisfeitos.

Em Fontelas apanhamos a EM601 até termos que pisar em mais 4 estradas nacionais, não por muitos km, mas tivemos. Foram elas a EN108, EN15 (mesmo fugazmente), EN222 e a EN313. No entanto pelo meio lá encaixou a subida, às curvas, pela EM543. Chegados a Valdigem cortamos pela simpática EM542 até Cairrão e aqui chegados tomamos uma estrada top, sem designação, e que nos fez passar por Queimadela, Cortegada onde seguimos pela CM1171 até chegarmos a Salzedas e o seu o imponente Mosteiro mandado construir pela Ordem Cister. Recomendo, sempre que partilho os meus passeios e por aqui passo, a visita a este Mosteiro mas também que percam algum tempo a percorrer os meandros desta vila. Na minha opinião não ficarão desapontados.

O calor apertava e aproveitámos para repor líquidos, dar mais duas de letra, registar o momento em fotografia e mandar uma cigarrada. Tendo apanhado a EM520 passamos ao lado de Ucanha (com a sua Torre na ponte e linda localidade) e seguimos em direcção a Valdevez e Tarouca. Mais uma nota para partilhar. Embora não tivéssemos parado recomendo a visita ao Mosteiro de São João de Tarouca, também ele um mosteiro mandado erigir pela Ordem de Cister. Em Tarouca seguimos pela EM530 tendo passado ao lado de Almofala, Cujó e São Joaninho.

Entretanto de novo a paisagem volta a ficar diferente…seguíamos em direcção a mais uma zona serrana…Serra da Estrela. Ainda estava longe mas já se notava a mudança. A seguir a São Joaninho cortamos pela esquerda por uma estrada, bem simpática, que nos levou pela Granja, Quinta do Azival até Mões e, aqui, apanhamos a EM565 até a mesma dar lugar à CM 1162, em Moledo, e nos levar atá Póvoa de Calde. Impecável este troço que tínhamos acabado de percorrer com uma descida e subida acentuada. Uma vez mais somos forçados a pisar a EN2, por cerca de 1 km, para acedermos à CM1319. Atravessamos Paçô, Galifonge, Lustosa, Travanca da Bodiosa e, em Bodiosa, percorremos uma estrada (desconheço a designação ou numeração) que nos levou por Queirela e Lobagueira.

Cada vez mais perto da Serra da Estrela mas ainda muito longe! Rolamos pela EM600 até Farminhão para, logo após, mais uma estrada de ligação “tomar conta de nós”, a EN337. Deixamos esta após atravessarmos o Rio Asnes e virarmos pela EM596 até termos de cortar por mais uma estrada de ligação, a EN231, que nos levou até Santar.

Fica a nota que quer a EM600 quer a EM596 são boas estradas para rolar mas com cautela, pois em algumas curvas somos confrontados com areia o que, convenhamos, não é nada bom para duas rodas. Em Santar tomamos rumo por uma estrada até Canhas de Senhorim onde paramos de novo para repor líquidos, tomar café e aproveitar para marcar hotel. A ideia inicial seria ficar em Belmonte… mas dado o adiantado da hora, motivado por paragens a mais para registos fotográficos, resolvemos que o melhor seria procurar qualquer coisa nas redondezas para, no dia seguinte, recomeçar na aldeia do Folgosinho. Acabámos por ir parar a Sandomil. Um pouco longe do nosso destino para o dia seguinte mas que valeu em apena, pois passamos por estradas e localidades que não estavam no meu horizonte passar tão cedo. Refiro-me a passar pelas estradas EM515 e EM514-1 e pelas localidades de Sazes da Beira e Corgas. Repito-me ainda bem que decidimos ir pernoitar em Sandomil.

Cheirava já a Serra da Estrela e, como fui dizendo ao meu amigo, se até agora foi soberbo o que vem pela frente não lhe ficará nada atrás…

Percorridos – 587 km Percurso seleccionado – 421 km Horas efectivas de condução – 09H55m

Total de horas em passeio – 15H15m Altitude máxima – 1286 m Moto – Yamaha Super Ténéré

Vídeo

Wikilok

https://pt.wikiloc.com/trilhas-motociclismo/03-06-2021-ride-from-tourem-till-sandomil-thru-secondary-roads-74880028

2ª Etapa: Sandomil a Estremoz

Depois de um dia em cheio a rolar pelas estradas menos conhecidas de Portugal a senda iria continuar mas com início em Folgosinho. O dia prometia em termos de “andamento das nossas máquinas”, pois no dia anterior ficámos aquém do que estava planeado e hoje teríamos um dia mais cheio. Deixamos Sandomil rumo a Folgosinho mas começamos logo com um erro que foi sairmos às 08h30m…não ia dar de certeza, mas lá fomos nós. Seria para darmos uma pequena volta por Folgosinho mas como o tempo iria ser pouco, passamos devagarinho e sem parar.

Entramos numa das estradas, para mim, mais bonitas que conheço. Repito-me, eu sei, mas não me canso de o fazer. Falo do Caminho Natural que desce até apanharmos a EN232. Esta estrada passa no Vale do Gaspar. Recomendo vivamente… quem por lá passa não fica indiferente. E então no Outono a estrada e a paisagem ficam SUBLIMES.

Ao chegarmos à EN232 podemos virar pela direita ou pela esquerda. Tanto faz é sempre Tooooop. Desta vez o percurso foi planeado pela esquerda em direcção a Manteigas mas sem entrar na mesma, continuando por São Gabriel, Sameiro e antes de Vale de Amoreira viramos pela esquerda pela EM501 começando a deixar para trás o lindíssimo ambiente da Serra da Estrela para trás. Se por um lado ficamos nostálgicos e a pensar porque não planeei mais umas estradinhas por aquelas bandas, mas cedo passou a nostalgia de pois de entrar nesta EM501. Um verdadeiro carrossel com boa paisagem a acompanhar-nos.

Chegados a Gibraltar, não, não é aquele território ultramarino Britânico no extremo sul da Península Ibérica, mas sim uma aldeia Portuguesa. Bem, mas chegados a Gibraltar, uns km mais à frente, enveredamos por uma variante da EN18, mais concretamente pela EN18-3 que, tal como a sua “mãe”, é uma estrada bem interessante. Teixoso, Caria, Carvalhal Formoso foram ficando para trás, mas fomos vendo placas a indicar aldeias muito bonitas tal como Sortelha e Sabugal…mas tínhamos que continuar. O que vinha por aí, e que estava planeado, era muito bom. Por uns breves instantes voltamos a pisar uma estrada nacional, a EN233, mas apenas para podermos chegar à estrada que nos leva pela barragem da Meimoa, onde paramos para fotografar, dar duas de letra e fumar uma cigarrada.

Continuando estrada abaixo passamos por Meimoa, Arrancada até chegarmos a Penamacor. Estrada e paisagem a condizer. Ambas muito simpáticas de percorrer. Mais uma vez pisamos uma nacional por muito pouco tempo, EN346, para voltarmos a apanhar uma municipal, EM569, que nos conduziu até Aranhas. Aqui cortamos em direcção a Salvador pela estrada do Sidral que nos deixou bem perto da aldeia mais aldeia de Portugal – Monsanto. Pelo menos é assim que é apelidada no roteira da 12 aldeias históricas de Portugal. Bem perto desta temos Penha Garcia que também tem muito para visitar. Não entramos mas paramos de longe para fotografar Monsanto.

A propósito das aldeias históricas de Portugal recomendo uma visita às mesmas. Todas elas muito bonitas, umas melhor preservadas que outras, mas todas elas dignas de lá perder umas horas.

Circulávamos então pela EN232 e passávamos por Alcafozes e Zebreira, onde tivemos que circular pela EN240 para ir até Salvaterra de Extremo sobre um calor bastante intenso. Nunca por aqui tinha passado e gostei bastante desta aldeia. Uma curiosidade. Em conversa com alguém que se encontrava sentado a uma sombra e em frente ao café onde comemos um pão com Becel (era mesmo o que havia) e bebemos um sumo, ficamos a perceber que esta aldeia é mesmo muito parada e que não tinha nada a ver com a movimentada Zarza la Mayor em terra de Nuestros Hermanos… imediatamente a seguir no outro lado da fronteira.

Fomos por uma estrada até Segura. Poderíamos ter ido até à Ponte de Segura…mas estávamos curtos de tempo pelo que fechamos os olhos e seguimos em frente em direcção a Tegueiro e Rosmaninhal. Que estrada fantástica. Esta é a terceira vez que por lá passo mas, desta vez, fiquei surpreendido com o estado da mesma em alguns pontos. Completamente a desfazer-se. Que pena. As aldeias que se seguiram foram Cegonhas, Monforte da Beira, Malpica do Tejo e Vale Pousadas. Circulávamos então pela CM1267, CM1365 e EM355 até termos que pisar mais uma vez uma Nacional e, desta vez novamente a EN18 que nos trouxe até Vila Velha do Rodão. O normal seria continuar pela EN18 mas como este “projecto” passava por evitar ao máximo nacionais, fomos pela EM1373 até Fratel. Não faltou entretanto uma ida até ao Castelo de Rodão ou Castelo do Rei Wamba, onde “obriguei” o meu amigo a ir até lá em cima ao castelo (eu como já tinha ido lá e estava muito calor fiquei à sombra a guardar as motos… eheheheheh). Quando regressou desta caminhada deu-me razão. Valeu apena o calor que apanhou, porque a paisagem é soberba. Entretanto esta descida do castelo pela EM1373 é divinal, mais pela estrada em si mesma do que pela paisagem.

Entre Fratel e Gardet escolhi uma estrada que passa ao lado de A23. Quando digo ao lado é mesmo ao lado. Muito bom porque torna-se esquisito vermos ao nosso lado a AE e nós irmos evoluindo por um carrosel… sobe e desce, sobe e desce. Achei piada pois o meu amigo quando terminámos disse aquilo que muita gente pensa. “Quando conduzo numa AE e vejo estas estradas pergunto-me sempre como é que se vai por aquela estrada?”… Eu respondi-lhe meio a brincar que comigo tem sempre a hipótese de passar por estradas que nunca pensaria passar. Em Gardete tomamos a EN329-1 e chegados a Montinho rolamos por estradas bem simpáticas que nos fez passar por Vale da Gama, Vale Pedro Dias, Areia e chegamos a Belver e ao seu magnífico castelo. Poderia ter dito e insistido com o meu amigo para visitar mas não só não tínhamos muito tempo, como era mesmo praxe sugerir que fosse visitar o castelo com o calor abrasador que fazia.

Fotografias da praxe, mas de longe, voltamos à estrada em direcção a Gavião, e pisando muito levemente a EN244, seguimos por Rua 25 de Abril atravessando Vale da Vinha, Margem, Vale do Gato, Monte dos Pereiros Sume e, aqui, apanhamos uma estrada Top, a EM531 até Torre das Vargens onde apanhamos mais uma nacional por alguns km (EN364). Fomos até Valongo (sim Valongo mas lá bem para baixo no sul), Benavila, Figueira de Barros e Sousel.

Já estávamos a rolar no alto Alentejo e cedo percebemos que o que estava previsto para pernoitar era melhor esquecer dado o adiantado da hora. Acabamos por ficar em Estremoz. Mais um dia fantástico e bem passado na companhia das nossas brutais máquinas – Super Ténérés. Jantámos no centro da cidade … desta vez jantámos mesmo um prego muito bem cozinhado e que nos soube pela vida.

Tal como tinha referido inicialmente, o erro de sairmos tarde pagou-se caro pois a intenção de ir dormir a Mértola era mesmo muito ambiciosa.

Percorridos – 467 km Percurso seleccionado – 467 km+ Horas efectivas de condução – 07H24m

Total de horas em passeio – 11H38m Altitude máxima – 1283 m Moto – Yamaha Super Ténéré

Vídeo

Wikilok

https://pt.wikiloc.com/trilhas-motociclismo/04-06-2021-ride-from-sandomil-till-estremoz-thru-secondary-roads-74935324

3ª Etapa: Estremoz a Cabo de São Vicente

Desta vez o “Wake up call” foi para as 06h00m e às 06h45m já estávamos a sair do Hotel para atacarmos a estradas que tínhamos pela frente. Depois de termos percorrido montanhas verdejantes, montanhas rochosas, vales verdejantes entravamos agora num registo bem diferente. Também ele bastante interessante. Uma vez que seria mais difícil, apenas porque mais longe, para o meu amigo visitar alguns locais optei por ir realmente até aos mesmos e não passar apenas ao lado.

Saídos de Estremoz dirigimo-nos pela EN4 meia durante meia dúzia de km até aparecer a indicação de Glória. Cortamos por aí e seguimos por Bencatel e chegamos a Alandroal. Não paramos mas contornamos a mesma para irmos até Juromenha pela EN373. Aqui sim, paramos e visitamos a fortaleza. Pena que esteja em avançado estado de degradação. Poderia bem ser reabilitada como o fizeram noutros locais. Bem o merece.

Ida pela vinda parcial pois onde aparece sobre a nossa esquerda Mina do Bugalho viramos por aqui e seguimos por uma estrada bem simpática, com uma paisagem bem típica desta região.

Passamos, para além da Mina do Bugalho, por Monte do Outeiro, Rosário, Aldeia da Venda, Montes Juntos, Cabeça de Carneiro, Motrinos e, quando damos por ela damos de caras com a soberba vila muralhada de Monsaraz.

Não a visitamos mas é daquelas que é imperdível. Seguimos pela EM514 até esta se encontrar com EN256 e, mais à frente, virar pela EN385 e EN386 para ir a Barrancos. A ideia era apenas visitar Noudar e o seu magnifico Castelo, “isolado do mundo” e situado no Parque de Natureza de Noudar.

A par com mais alguns locais este é um daqueles que revisito com frequência sempre que ando por aqui perto.

Para sairmos tomámos agora a EN258 até Santo Aleixo da Restauração onde percorremos por alguns km a EN385 e apanharmos a EN255-1 para, algumas centenas de metros mais à frente virarmos pela nossa esquerda em direcção a Alamo e Capitão, enveredarmos pela EM521 passando por Messangil.

No planeamento deste Norte-Sul com o requisito imposto percebi que mais para sul se tornava difícil não apanhar nacionais. Pois é, novamente tivemos pela frente outras duas Nacionais (EN392 e EN265) durante alguns km para podermos chegar a Minas de São Domingos. Aqui andamos alguns km em estrada de terra (e muito pó) passando Montes Altos e Santana de Gambas onde a seguir voltamos ao alcatrão e passamos por Bens, Picoito e acabamos novamente por encontrar a EN265.

Após Mértola, e quando nos apareceu a indicação de Marinlongo, S. Pedro de Solins, Giões cortamos por essa estrada até encontrarmos a EM507 e EM507-1. Entramos entretanto nas estradas EN124-2, EM504 e mais à frente por uma estrada sem designação mas que passa por Medronheira, Vermelhos, Califórnia (sim é mesmo este o nome da aldeia com meia dúzia de casas) e Freixo Seco. Quase imediatamente a seguir rolamos pela EM503, EM542, CM1089 até encontrar a EN124 e, pouco metros mais à frente cortarmos pela CM1354, CM1173, CM1174, EM1352, CM524 Uma característica comum a todas estas estradas são os altos e baixos e as muitas curvas que possuem. Muito bom.

A paisagem em alguns pontos é mesmo muito interessante. Mesmo apesar de “seca”.´É um conjunto de estradas que fica na memória para lá passar de novo um dia, quem sabe mais para o início duma Primavera onde tudo deve estar ainda verdejante imagino eu. O Cabo de São Vicente estava por perto mas ainda deu tempo, conforme planeado, para irmos até à cidade muralhada de Silves pela EM529. O próximo destino era passar pelo Autódromo Internacional do Algarve pelo que após passarmos fugazmente pelas EN124 e EN266 apanhamos as EM532 e CM1145.

CM1068 e a EM529 foram as estradas que se seguiram antes de apanharmos a EN125 até Sagres e a EN268 até ao Cabo São Vicente. Três dias intensos que valeram bem apena. Eu adorei e julgo que o meu amigo comunga da mesma opinião.

Feitas as contas por alto estimo que dos cerca de 1350 km percorridos andámos à volta de 250 km por estradas nacionais. Teve mesmo que ser pois era a única forma de fazer as ligações. Maravilha!

Percorridos – 525 km Percurso seleccionado – 525 km Horas efectivas de condução – 08H04m

Total de horas em passeio – 11H07m Altitude máxima – 487 m Moto – Yamaha Super Ténéré

Vídeo

Wikilok

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