O 26.º Dia Nacional do Motociclista teve lugar em Vila Verde. Foi celebrado bem no coração do Minho, numa cerimónia que, uma vez mais, deixou milhares de motociclistas de coração cheio. Memórias e emoções partilhadas num momento de comunhão motociclística de uma família que une os quatro cantos de Portugal.
- Texto e fotos: Paulo Ribeiro
De Bragança a Vila do Bispo, de Chaves a Faro, de Valença a Vila Real de Santo António. Muitos foram os que aceitaram o convite da Federação de Motociclismo de Portugal para marcar presença no Dia Nacional do Motociclista. Evento que, desde 1997, exalta a fé motociclística numa cerimónia que ultrapassa e une credos e religiões, reforçando laços de companheirismo e solidariedade.
Um Prado cheio de emoções
Em 2024, o Dia Nacional de Motociclista foi uma prenda muito especial para iniciar as comemorações do 25.º aniversário do Moto Clube de Prado. Que retribuiu com um evento de organização exemplar. Uma festa para todos os que rumaram ao concelho de Braga, aproveitando um dia nublado mas sem chuva. E sempre com as belíssimas paisagens sublinhadas por tons de intenso verde.
Evento que teve momento alto na celebração litúrgica no Campo da Feira, iniciada com a tradicional procissão. Que, desde a 1.ª edição do Dia Nacional do Motociclista, no Mosteiro dos Jerónimos, é encabeçada pelos 13 cavalos da Charanga da Guarda Nacional Republicana. Antecedendo os andores de São Paio, padroeiro de Vila Verde, de N.ª Sr.ª do Alívio e de N.ª Sr.ª da Purificação, padroeira da vila de Prado. Que, por sua vez, como que preparam caminho para o andor de São Rafael. O arcanjo que é o protetor de todos os motociclistas, e cujo andor de 300 kg exige a força de oito homens. Decerto encarnando o espírito de todos os que assistiram à cerimónia acompanhada de forma melodiosa pelo Coro do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde.
Sons divinais que enquadraram a celebração presidida pelo Arcipreste Sandro Vasconcelos, que, numa bem conseguida parábola, apelou à criação de pontes entre os Homens. Às vezes, a única forma de união, ao invés das barreiras que servem apenas para os separar.
Em memória dos que partiram
Palavras com uma forte carga emocional, tal como os momentos de recordação de todos os que partiram, onde não podia faltar a evocação do Padre José Fernando. Afinal o clérigo que tanto fez para a concretização e consolidação do Dia Nacional do Motociclista e que sempre é lembrado nestas ocasiões. Do mesmo modo que muitos outros, cuja memória foi recordada da forma como, seguramente, gostariam. Com efeito, um momento arrepiante com os motores das centenas de motos ligados e que ninguém conseguiu ficar indiferente.
Afinal esse é motor da paixão que une tantas almas. Conforme bem sublinhou o presidente da Federação de Motociclismo de Portugal, Manuel Marinheiro, no discurso de boas-vindas. Da mesma forma que fez Jorge Viegas, presidente da Federação Internacional de Motociclismo. Que, mesmo colocando em risco a viagem de avião até à Suíça, fez questão de marcar presença neste 26.º Dia Nacional do Motociclista.
Que terminou com sentidos agradecimentos do presidente do Moto Clube do Prado, Rui Peixoto, que fez mesmo questão de entregar um colete motard ao Padre Sandro. Por fim, as palavras da presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes, despedindo-se com um convidativo e simpático ‘Voltem sempre’.