As cápsulas do tempo existem e são bem reais! Há dias dei por mim a ver, entre muitos dos vídeos que vejo para adormecer e que o Facebook tem a amabilidade de me recomendar, uma comparação entre o som de carros Fórmula 1, a passar numa mesma reta e subsequente curva, em que se podia admirar e comparar o som dos V10 e V12 de então, e as máquinas de costura Singer que usam agora, com motores de Black & Decker, que por acaso nem sei se ainda existe. Deixei de ver a Fórmula 1 há muitas décadas. Hoje continuo sem interesse naquilo. Mais parecem bufas de velha a passar.
Texto e fotos: Alex Kossack
Tinham bons berbequins, a Black & Decker, em metal, duravam uma vida inteira. Agora fazem umas porcarias de plástico que não duram nada.
Há uns meses comprei uma 400 de 2 cilindros nova ao meu filho mais novo, e ao fim de 260 quilómetros, tinha a embraiagem queimada.
Ainda estou à espera que me digam o que querem fazer com a moto. Já passaram 3 semanas e nada…belas porcarias fazem agora. Plástico e coca cola. Ainda tentaram dizer que era do uso, mas desgraçados, ainda não eram nascidos já eu andava em motos a sério, não foram por aí, nem deixei.
De regresso às relíquias
Enfim, voltando aos sons, agora que o sol começou a ter mais presença e o trabalho vai permitindo, estou cada vez mais de volta das minhas relíquias velhas. Verdadeiras cápsulas do tempo, que me fazem regressar aos tempos do final dos anos 80 e início dos anos 90.
Entretenho-me a preservar estas coisas, como se fossem relíquias, mas a verdade é que agora a altura é, para mim, ideal para ter relíquias e poder ter e usufruir das cápsulas do tempo e poder viajar no tempo, porque é para mim o tempo das cápsulas de tempo. Tenho mais vagar, mais disposição e mais paciência agora.
Não sei se daqui a 10 ou 15 anos ainda poderei andar nelas. Se não puder, que andem os meus filhos, embora eles, coitados, apesar de saberem que são cápsulas de tempo, nunca poderão voltar aos anos ’80 e ’90, porque nunca viveram esses tempos. Para eles serão apenas cápsulas de tempo, mas nunca máquinas de viajar no tempo.
O mais velho admira e gosta, mas só porque o vê em mim, e partilha esta paixão, mas não sabe, nem nunca saberá, o que era ouvir o Merkel ou o Scott Russell a passar. Eu soube, e sei hoje.
Por isso vos deixo aqui os sons de guerra, que eu ouvia e posso ouvir hoje.
Sons de uma guerra agora distante, que se passou entre os dois últimos anos da década de ’80 e os dois primeiros da década de ’90. Era “A” guerra.
Contudo, acho que tal como a Fórmula 1, os sons nunca mais foram os mesmos. Hoje vejo as motos novas a curvar com ângulos inimagináveis, mas soam a peidos. Digo eu… sei lá!
Agora vou polir uma moto, com o meu berbequim a bateria, de plástico.